quinta-feira, 20 de novembro de 2008

GRANDE menina, pequena MULHER

NUNKA antes foi tão "sinistro" conviver com duas personalidades tão distintas dentro de mim.
Há quem diga que sou como sou por saber "educar" os meus EUs interior. Mas parece que de um tempo pra cá elas estão cada vez mais diferentes e seguras de si.
Que doideira o que estou falando, não?! Mas se até a minha própria mãe resolveu defender essa tese, (que por sinal, muita gente alimenta) de que sofro de uma dupla personalidade, por que não dar corta a essa teoria e assistir de camarote até onde ela vai?
Pois então, como eu dizia, as minhas garotinhas interior resolveram sobressair uma a outra e isso tem me causado alguns contratempos. Não que eu não me divirta com a reação das pessoas quando se deparam com a Fabby pensando ser a Fabiane ou quando, cheias de carinho, abraçam e beijam a Fabiane esperando a retribuição da Fabby.
Para início de conversa, eu resolvi perguntar a uma amiga (que também defente a tese da minha dupla personalidade) qual seria a diferença entre as duas, se ela saberia me explicar. E ela me disse com todas as letras:
"A Fabby é a criançona, a companheira, a roqueira, a doce, a bem-humorada, a emotiva... A Fabiane é a adulta, a séria, a responsável, a conselheira, a religiosa, a racional..."
Depois disso ela concluiu: "Se eu tivesse que escolher UMA, entre as duas, não conseguiria. Não vejo como uma possa existir sem a outra." (Já são super chatas as duas juntas, separas então né... nem se fala! kkkkk)
Se eu realmente sofro de uma dupla personalidade, essa guria foi a que mais chegou perto da realidade. Mas se não sofro, essa galera está totalmente louca e não sabem do que estão falando!!!
E você, conseguiria escolher se acaso pudesse me separar de mim mesma?

Escolhas



Nunca foi o meu forte fazer escolhas. Está pra nascer alguém que seja tão insegura e indecisa quanto eu. E o que muito me surpreende é que bem poucas pessoas percebem isso (agora, não mais! rs). Mas a culpa não é minha! (Eu prefiro acreditar q não! kkk)
Tudo começou há quase 20 anos atrás quando eu sempre tinha ao meu dispor pessoas que decidiam tudo pra mim. Me davam de comer, me vestiam, me levavam à escola, me colocavam pra dormir...
Está bem, mas você talvez se pergunte: todo mundo não passa por isso? Não é assim que tem que ser? É, provável sim. Mas o que eu quero trazer a sua atenção é que isso não parou por aí, na infância. Na minha adolescência eu também tive pessoas que faziam as minhas escolhas.
Geralmente, quando se entra na adolescência os jovens acham que são donos dos próprios narizes e que já sacam tudo da vida e podem agir como bem entendem. A partir daí eles começam a se deparar com suas primeiras decepções, seus primeiros erros. Muitas vezes por não acatar o que papai e mamãe disseram lá atrás. Esses erros são frutos de quê? Sem dúvida, de suas ESCOLHAS. Escolhas corretas resultam em contentamento, alegria, madureza. Escolhas erradas resultam em decepções, frustrações, e às vezes, em traumas. Mas há quem aprenda com seus erros para mais adiante não repeti-los e há quem faça deles leais companheiros para o resto da vida.
Novamente, você talvez se pergunte: mas não é assim que se amadurece, fazendo escolhas? Muitas vezes até mesmo quebrando a cara? Sim. Longe de mim negar isso. Porém, em meu caso, especificamente, a madureza chegou de outro modo. Pois em toda minha adolescência eu não tive q fazer escolhas difíceis. Coisas triviais sim, mas escolhas importantes, quase nunca. Sempre me foi dito o que fazer, como fazer e quando fazer. Não precisei quebrar a cara para ver que aquele não era o caminho. Não precisei me magoar ou magoar alguém para entender que algo não era bom pra mim. Não precisei tomar veneno para saber que mata. E com isso eu acabei me tornando uma grande observadora e pude aprender dos erros alheios. No entanto, infelizmente continuo num dilema sem fim. Não raro, nunca consigo me decidir entre doce ou salgado, hamburguer ou pizza, pudim ou mousse, sorvete ou milk shake.
Será que ainda há esperança para o meu caso? Quem sabe daqui há um tempo eu não consiga decidir por conta própria.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O Ato Gratuito - Clarice Lispector


Muitas vezes, o que me salvou foi improvisar um ato gratuito. Ato gratuito, se tem causas, são desconhecidas. E se tem conseqüências, são imprevisíveis.O ato gratuito é o oposto da luta pela vida e na vida. Ele é o oposto da nossa corrida pelo dinheiro, pelo trabalho, pelo amor, pelos prazeres, pelos táxis e ônibus, pela nossa vida diária enfim - que esta é toda paga, isto é, tem o seu preço.
Uma tarde dessas, de céu puramente azul e pequenas nuvens branquíssimas, estava eu escrevendo à máquina - quando alguma coisa em mim aconteceu.Era o profundo cansaço da luta.E percebi que estava sedenta. Uma sede de liberdade me acordara. Eu estava simplesmente exausta de morar num apartamento. Estava exausta de tirar ideias de mim mesma. Estava exausta do barulho da máquina de escrever. Então a sede estranha e profunda me apareceu. Eu precisava - precisava com urgência - de um ato de liberdade: do ato que é por si só. Um ato que manifestasse fora de mim o que eu secretamente era. E necessitava de um ato pelo qual eu não precisava pagar. Não digo pagar com dinheiro mas sim, de um modo mais amplo, pagar o alto preço que custa viver.Então minha própria sede guiou-me. Eram 2 horas da tarde de verão. Interrompi meu trabalho, mudei rapidamente de roupa, desci, tomei um táxi que passava e disse ao chofer: vamos ao Jardim Botânico. "Que rua?", perguntou ele. "O senhor não está entendendo", expliquei-lhe, "não quero ir ao bairro e sim ao Jardim do bairro." Não sei por que olhou-me um instante com atenção.
Deixei abertas as vidraças do carro, que corria muito, e eu já começara minha liberdade deixando que um vento fortíssimo me desalinhasse os cabelos e me batesse no rosto grato de olhos entrefechados de felicidade. Eu ia ao Jardim Botânico para quê? Só para olhar. Só para ver. Só para sentir. Só para viver.Saltei do táxi e atravessei os largos portões. A sombra logo me acolheu. Fiquei parada. Lá a vida verde era larga. Eu não via ali nenhuma avareza: tudo se dava por inteiro ao vento, no ar, à vida, tudo se erguia em direção ao céu. E mais: dava também o seu mistério. O mistério me rodeava. Olhei arbustos frágeis recém-plantados. Olhei uma árvores de tronco nodoso e escuro, tão largo que me seria impossível abraçá-lo. Por dentro dessa madeira de rocha, através de raízes pesadas e duras como garras - como é que corria a seiva, essa coisa quase intangível que é a vida? Havia seiva em tudo como há sangue em nosso corpo.De propósito não vou descrever o que vi: cada pessoa tem que descobrir sozinha. Apenas lembrarei que havia sombras oscilantes, secretas. De passagem falarei de leve na liberdade dos pássaros. E na minha liberdade. Mas é só. O resto era o verde úmido subindo em mim pelas minhas raízes incógnitas. Eu andava, andava. Às vezes parava. Já me afastara muito do portão de entrada, não o via mais, pois entrara em tantas alamedas. Eu sentia um medo bom - como um estremecimento apenas perceptível de alma - um medo bom de talvez estar perdida e nunca mais, porém nunca mais! achar a porta de saída.Havia naquela alameda um chafariz de onde a água corria sem parar. Era uma cara de pedra e de sua boca jorrava a água. Bebi. Molhei-me toda. Sem me incomodar: esse exagero estava de acordo com a abundância do Jardim. O chão estava às vezes coberto de bolinhas de arueira, daquelas que caem em abundância nas calçadas da nossa infância e que pisamos, não sei por que, com enorme prazer. Repeti então o esmagamento das bolinhas e de novo senti o misterioso gosto bom. Estava com um cansaço benfazejo, era hora de voltar, o sol já estava mais fraco. Voltarei num dia de chuva - só para ver o gotejante jardim submerso.

Nota da autora: "peço licença para pedir à pessoa que tão bondosamente traduz meus textos em braile para os cegos que não traduza este. Não quero ferir os olhos que não vêem."
(Retirado do livro Aprendendo a Viver)

Eu Aprendi...


EU APRENDI que a melhor sala de aula do mundo está aos pés de uma pessoa mais velha;
EU APRENDI que ser gentil é mais importante do que estar certo;
EU APRENDI que eu sempre posso fazer uma prece por alguém quando não tenho a força para ajudá-lo de alguma outra forma;
EU APRENDI que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto;
EU APRENDI que algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão para segurar e um coração para nos entender;
EU APRENDI que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos;
EU APRENDI que dinheiro não compra "classe";
EU APRENDI que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular;
EU APRENDI que debaixo da "casca grossa" existe uma pessoa que deseja ser apreciada, compreendida e amada;
EU APRENDI que Deus não fez tudo num só dia; o que me faz pensar que eu possa ?
EU APRENDI que ignorar os fatos não os altera;
EU APRENDI que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;
EU APRENDI que cada pessoa que a gente conhece deve ser saudada com um sorriso;
EU APRENDI que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;
EU APRENDI que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;
EU APRENDI que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.
EU APRENDI que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;
EU APRENDI que devemos sempre ter palavras doces e gentis pois amanhã talvez tenhamos que engoli-las;
EU APRENDI que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência;
EU APRENDI que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;
EU APRENDI que quanto menos tempo tenho, mas coisas consigo fazer.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Welcome to the jungle

Fala ae galera, blz?

Como sou uma pessoa q mt gosta de escrever, várias vezes fui questionada por não ter um blog. Então, aki estou! Cansei de me explicar. E finalmente me lancei às feras!

Aki serão encontrados textos de todos os tipos, gostos e desgostos tbm... Mas pessoalmente, os meus textos favoritos e as minhas conclusões distorcidas.

O q posso dzr: Entrem e divirtam-se! Bem-vindos à selva!!


ps: (Antes de se chamar "In my Place", este blog chamava-se "Welcome to the jungle". Mas achei apropriado mudar porque o atual nome tem mais a ver comigo.)

Veja além do que seus olhos podem enxergar

(Princesa Faísca)
Para mts pessoas Summer Roberts é uma jovem mimada, patricinha, fútil e insignificante, que perde td o seu tempo escolhendo uma roupa no shopping ou depilando as pernas. E a minha missão aki é mostrar para vc, caro leitor, que ela não é exatamente o que aparenta ser.
Nascida e criada numa cidade litorânea (Orange County - Califórnia), Summer Roberts esconde uma identidade que bem poucos conhecem; "Princesa Faísca". Não nego que suas principais preocupações são: seu bronzeado, suas pernas depiladas, seu irônico namorado Seth, e seu lindo e fôfo coelhinho. Mas pare e analise: qts vzs vc já não se atrasou por passar horas no espelho se maqueando? Ou por estar numa dúvida cruel entre que sandália ou que bolça usar com akele vestidinho que acabou de comprar? Ou por fikar de kara pra tv assistindo ao seu programa favorito? Ou então, por simplesmente ter preguiça de levantar depois de ter dormido mal a noite toda?
Todas nós temos um pouco de Summer Roberts. Não deixe que seu belo rostinho e sua pose de menininha indefesa engane vc. Por trás daquela personalidade insegura e um tanto difícil, Summer Roberts abriga um belissímo coração. Coração este que é capaz de amar, perdoar, entender e respeitar,... msm qd td indica o contrário. Por isso, aki faço minha defesa a essa jovem guria, que apesar de ser uma frágil donzela indefesa por fora, é uma grande guerreira por dentro! E olha que ela é APENAS uma personagem de tv!!!

F E L I C I D A D E!


Era uma vez uma senhora que desde menina tinha uma vontade enorme de possuir um desses copos antigos, todos trabalhados a ouro e salpicados de florinhas multicores que trazem desenhada em letras finas a palavra "Felicidade". Outrora era muito comum, depois passaram de moda, deixaram de ser fabricados e foram-se tornando cada vez mais raros e preciosos, tão difíceis de obter quanto a própria felicidade.A senhora de minha história procurou durante anos um copo assim. Não encontrava, mas não desistia, continuava procurando, às vezes esquecia, mas logo lembrava e recomeçava a busca. Mas, quando entrava nas lojas ou antiquários e perguntava: "Os senhores por acaso terão um copo com "Felicidade" escrito em dourado?", os vendedores ou não sabiam do que se tratava, ou respondiam com indiferença caçoista: "Minha senhora, copos desse tipo, não se usam mais!"
Um dia indo à Casa Rola comprar não sei o quê, descobriu junto a uma porção de outros cristais, um copo como o que sempre sonhara... Um copo de cristal com flores verdes e rosadas, desenhos finíssimos e a palavra "Felicidade" em letras de ouro. Ficou radiante e surpresa: o seu copo! Logo ali, na Casa Rola, naquela desordem, naquele belchior escuro, entre uma disparatada de coisas, jamais pudera pensar!
Quem diria "Lá estava o copo! Felicidade"... Encontrou o copo mas não pode levá-lo. Era uma preciosidade, uma raridade, caríssimo, inteiramente fora de suas posses. Saiu com o coração triste e as mãos vazias, sem o copo com a inscrição "Felicidade", que finalmente achara, mas não seria seu, pois o preço era demasiadamente alto.
Nunca teve coragem de voltar, parou de procurar e parou de pensar no copo, mas acontece que tempos depois pegou fogo na Casa Rola, e passando acidentalmente na Rua Senador Dantas, a tal senhora viu uma vitrina com "salvos do incêndio"... Objetos variados, vasos, estatuetas, xícaras, talheres, abajures, vestidos, etc., tudo sujo, empoeirado, coberto de cinza e ainda com o cheiro acre do fogo, e, bem no fundo, meio escondido, o copo... Um copo de cristal antigo, florido de verde e rosa, com uma simples palavra pintada em ouro: "Felicidade"!
Daquela vez saiu da Casa Rola com o copo! Salvo do incêndio, mera coisa sem valor entre centenas de outras, pusera-se a seu alcance e afinal era seu. Parecia milagre! Felicidade... Mas, chegando em casa verificou que o copo estava rachado, uma racha fininha, feia e implacável, que cortava ao meio a palavra risonha, a inscrição dourada: "Felicidade"...
A senhora guardou o copo assim mesmo, conserva-o com carinho e teme que possa quebrar-se de vez. Mas sempre que perto dela se fala em felicidade, se existe ou não, se é questão de sorte ou luta, recompensa ou acaso, se dura ou é efêmera, e se qualquer um pode obte-la, a senhora de minha história não diz nada, e suspira pensando no copo.
[Maluh de Ouro Preto]