domingo, 25 de julho de 2010

Clarice Lispector entrevista Chico Buarque/Xico Buark


Esta grafia, Xico Buark, foi inventada por Millôr Fernandes, numa noite no Antônio’s. Gostei como quando brincava com palavras de crianças. Quanto ao Chico, apenas sorriu um sorriso duplo: um por achar engraçado, outro mecânico e tristonho de quem foi aniquilado pela fama. Se Xico Buark não combina com a figura pura e um pouco melancólica de Chico, combina com a qualidade que ele tem de deixar os outros o chamarem e lê vir, com a capacidade que tem de sorrir conservando muitas vezes os olhos verdes abertos e sem riso.

Ele não é de modo algum um garoto, mas se existisse no reino animal um bicho pensativo e belo e sempre jovem que se chamasse Garoto, Francisco Buarque de Holanda seria da raça montanhesa dos garotos.

Marcamos encontro às quatro horas porque às cinco Chico tinha uma lição de música com Vilma Graça. Há um ano está estudando teoria musical e agora começará com o piano. Estávamos os dois na minha casa e a conversa transcorreu sem desentendimentos, com uma paz de quem enfim volta da rua.

Clarice Lispector: Você viveu ainda tão pouco que talvez seja prematuro perguntar-lhe se você teve algum momento decisivo na vida e qual foi?

Chico Buarque de Hollanda: Eu sou ruim para responder. Na verdade tive muitos momentos decisivos, mas creio que ainda sou moço demais para saber se eram de fato decisivos esses momentos. No final de contas não sei se eles contaram ou não.

CL: Tenho a impressão que você nasceu com a estrela na testa: tudo lhe correu fácil e natural como um riacho de roça. Estou certa se para você não é muito laborioso criar?

CBH: E não é. Porque às vezes estou procurando criar alguma coisa e durmo pensando nisso, acordo pensando nisso – e nada. Em geral eu canso e desisto. No outro dia a coisa estoura e qualquer pessoa pensaria que era gratuita, nascida naquele momento. Mas essa explosão vem do trabalho anterior inconsciente e aparentemente negativo. E como é seu trabalho?

CL: Vem às vezes em nebulosa sem que eu possa caracterizá-lo de algum modo. Também como você, passo dias ou até anos, meu Deus, esperando. E, quando chega, já vem em forma de inspiração. Eu só trabalho em forma de inspiração.

CBH: Até aí eu entendo, Clarice. Mas a mim, quando a música ou a letra vem, parece muito mais fácil de concretizar porque é uma coisa pequena. Tenho impressão de que se me desse idéia de construir uma sinfonia ou um romance, a coisa ia se despedaçar antes de estar completa.

CL: Mas Chico, aí é que entra o sofrimento do artista: despedaça-se tudo e a gente pensa que a inspiração que passou nunca mais há de vir.

CBH: Se você tem uma idéia para um romance, você sempre pode reduzi-lo a um conto?

CL: Não é bem assim, mas, se eu falar mais, a entrevistada fica sendo eu. Você, apesar de rapaz que veio de uma grande cidade e de uma família erudita, dá a impressão que se deslumbrou, deslumbrando os outros com sua fala particular. O que quero dizer é que você, ao ter crescido e adquirido maior maturidade, deslumbrou-se com as próprias capacidades, entrou numa roda-viva e ainda não pôs os pés no chão. Que é que você acha: já se habituou ao sucesso.

CBH: Tenho cara de bobo porque minhas reações são muito lentas, mas sou um vivo. Só que por os pés no chão no sentido prático me atrapalha um pouco. Tenho, por exemplo, uma pessoa que me explica um contrato e não consigo prestar atenção em certas coisas. O sucesso faz parte dessas coisas exteriores que não contribuem nada para mim. A gente tem a vaidade da gente, a gente se alegra, mas isso não é importante. Importante é aquele sofrimento com que a gente procura buscar e achar. Hoje, por exemplo, acordei com um sentimento de vazio danado porque ontem terminei um trabalho.

CL: Eu também me sinto perdida depois que acabo um trabalho mais sério.

CBH: Tenho uma inveja: meu trabalho de música está exposto a um consumo rápido e eu praticamente não tenho o direito de ficar pensando numa idéia muito tempo.

CL: Talvez você ainda mude. Como é que Villa-Lobos criava? Seria interessante para você saber.

CBH: Sei alguma coisa. Por exemplo, uma frase dele que Tom Jobim me contou: diz que Villa-Lobos estava um dia trabalhando na casa dele e havia uma balbúrdia danada em volta. Então o tom perguntou: como é, maestro, isso não atrapalha? Ele respondeu: o ouvido de fora não tem nada a ver com o ouvido de dentro. É isso que invejo nele. Gostaria muito de não ter prazo para entrega das músicas, e não fazer sucesso: você gostaria, por exemplo, de sair para a rua e começar a dar autógrafo no meio da rua mesmo?

CL: Detestaria, Chico. Eu não tenho, nem de longe, o sucesso que você tem, mas mesmo o pequeno que eu tenho às vezes me perturba o ouvido interno.

CBH: Então estamos quites

CL: Todas as mães com filhas em idade de casar consentiriam que casassem com você. De onde vem esse ar de bom rapaz? Acho, pessoalmente, que vem da bondade misturada com bom-humor, melancolia e honestidade. Você também tem o ar de quem é facilmente enganado: é verdade que você é crédulo, ou está de olhos abertos para os charlatões?

CBH: Não é que eu seja crédulo, sou é muito preguiçoso.

CL: O que é que você sentiu quando o maestro Karabtchevsky dirigiu “A Banda” no Teatro Municipal?

CBH: Claro que gostei, mas o que me interessa mesmo é criar. A intenção de Karabtchevsky foi das melhores, inclusive corajosa. Eu quero ver ainda a coisa se repetir com outros compositores populares.


CL: Você foi precoce em outras manifestações da vida? Fale sem modéstia.

CBH: Não, tudo que fiz como garoto é de algum modo ligado com o que eu faço hoje, isto é, versinhos.

CL: Você quer fazer um versinho agora mesmo? Para você não se sentir vigiado, esperarei na copa até você me chamar.

Chico riu, eu saí, esperei uns minutos até ele me chamar e ambos lemos sorrindo:

Como Clarice pedisse

Um versinho que eu não disse

Me dei mal

Ficou lá dentro esperando

Mas deixou seu olho olhando

Com cara de Juízo Final.

CL: A banda lembra música de nossos avós cantarem: tem um ar saudoso e gostoso de se abrir um livro grosso e encontrar dentro uma flor seca guardada exatamente para durar. De onde você tirou essa modinha tão brasileira? Qual a fonte de inspiração?

CBH: Não sei não, é uma coisa difícil de conscientizar. Lembro da banda mesmo não tendo vivido no interior, mas atrás da minha casa tinha um terreno baldio onde às vezes havia circo, parque de diversões, essas coisas.

CL: Vi você na primeira passeata pela liberdade dos estudantes. Que é que você pensa dos estudantes do mundo e do Brasil em particular?

CBH: No mundo é para mim difícil falar, mas aqui no Brasil eu sinto em todos os setores um apodrecimento e a impossibilidade de substituição senão por mentalidade completamente jovens e ainda inatingidas por essa podridão. Aqui no Brasil só vejo esta liderança. Um rapaz do “New York Times” entrevistou-me e perguntou: está bem, vocês não querem censura nem repressão nem os métodos arcaicos de educação: mas se vocês ganharem, quem vai substituir as autoridades? Por incrível que pareça, o mundo político está envolvido por essa decadência e acomodação. E você? Eu também te vi na passeata.

CL: Fui pelos mesmos motivos que você. Mudando de assunto, Chico, você já experimentou sentir-se em solidão? Ou sua vida tem sido sempre esse brilho tão justificado? Chico, um conselho para você: fique de vez em quando sozinho, senão você será submergido. Até o amor excessivo dos outros pode submergir uma pessoa.

CBH: Também acho e sempre que posso faço a minha retirada.

CL: Na música chamada clássica, apesar dela englobar compositores aos quais o classicismo não poderia ser aplicado, nessa música o que você prefere?

CBH: Aí não é questão de preferência, é costume para mim. Tenho sempre à mão um Beethoven.

CL: Sua família preferia que você seguisse a vocação de outros talentos seus que em aparência, pelo menos, são mais asseguradores de um futuro estável?

CBH: No começo sim. Logo que entrei para a arquitetura, quando comecei a trocar a régua “T” pelo violão, a coisa parecia vagabundagem. Agora (sorri) acho que já se conformaram.

CL: Você está compondo agora alguma coisa e com letra sua mesma? Sua letra é linda.

CBH: Estou na fase de procura. Ontem acabei um trabalho que era só de música, que exigia prazo. Para uma canção nova, eu estou sempre disponível.

CL: No domínio da música popular, quem seria por sua vez o seu ídolo?

CBH: Muitos, e é por isso que é difícil citar.

CL: Seu pai é um grande pai. Quem mais na sua família eu chamaria de grande, se conhecesse?

CBH: Minha mãe, apesar de ter um metro e cinqüenta e poucos de altura. Eu li muito e papai sempre me estimulava nesse sentido.

CL: Qual é a coisa mais importante do mundo?

CBH: Trabalho e amor.

CL: Qual é a coisa mais importante para você, como indivíduo?

CBH: A liberdade para trabalhar e amar.

CL: O que é o amor?

CBH: Não sei definir, e você?

CL: Nem eu.

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In LISPECTOR, Clarice. Entrevistas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007, pp.99-104.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

"A emoção do primeiro All Star"


Lembro-me como se fosse hoje o dia em que ele chegou a mim. Ou melhor, o dia em que fui a sua busca. Tanto tempo esperando por ele quando finalmente chegou o dia de nos pertencermos um ao outro. Não, ele não era apenas um tênis... Um all star. Era o meu All Star! Preto de cano baixo. Meu, somente meu e de mais ninguém.
É inacreditável como o tempo que passamos juntos passou tão depressa. Cinco míseros anos. Mas foram 'OS' cinco anos. Por que? Porque ele estava comigo, dividindo cada acontecimento. Cada passeio, cada ida ao colégio, cada tombo, cada chuva, cada tudo. Cada momento com o meu All Star em qualquer lugar. Só não o levei a praia enquanto estivemos juntos, e eu nem sei porque. Ele também não "viveu" tempo suficiente para ir comigo ao Jardim Botânico. Mas estava lá, firme, forte, suado e muito pisado no show da Pitty. Talvez tenha sido esse o clímax da nossa história. Como se fosse o real objetivo da nossa união. Como se com ele, somente com ele, eu pudesse dividir inteiramente aquela sensação. E foi recíproca. Muito recíproca...
Quanto tivemos de nos separar não fizemos isso com pesar. Não foi difícil. Não foi sofrido. Pois sabíamos que o nosso tempo tinha terminado. Ele já estava mais do que gasto e eu, bem, eu já tinha um substituto, ou melhor, mais de um.
A verdade é que, a emoção do primeiro All Star é única na vida de qualquer pessoa, tenha você a idade que tiver. E saber que pode dividir com ele emoções que só dividiria com alguém muito especial significa que ele não é qualquer um. Afinal, ele é um 'ALL STAR.'



PS: Esse texto foi postado com o intuito de ajudar a minha querida prima Isadora a perceber a importância de um All Star na vida da gente. Ela, que finalmente se rendeu 'ao clube' deve saber que agora a 'vida' e os 'momentos' dela começam. Bem-vinda ao clube priminha, você e o seu bebê roxo! Se liga, é assim que começa, depois do primeiro, não vai querer outra vida! ;)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amigo querido...


Eu não posso acabar com todos os seus
problemas, dúvidas ou medos,
mas eu posso ouvir você e juntos podemos
procurar soluções.

Eu não posso impedir que você leve
tombos, mas posso oferecer minha mão para você
agarrar e se levantar.

Suas alegrias, triunfos, sucessos e
felicidades não me pertencem,
mas seus risos e sorrisos fazem parte dos
meus maiores bens.

Não é de minha alçada às decisões que
você toma, mas eu posso apoiá-lo encorajá-lo e ajudá-lo se
me pedir.

Eu não posso salvar o seu coração de ser
partido pela dor, pela mágoa, perda ou tristeza,
mas posso chorar com você e ajudá-lo a
juntar os pedaços.

Eu não posso dizer quem você é ou como
deveria ser: eu só posso amá-lo e ser sua amiga!


A todos os meus, faço dessas palavras as minhas. Para o que precisarem, eis-me aqui! ;)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Desse mal jamais serei...

Desse mal jamais serei
Acusado em julgamento
Pois cerne sempre terei
Consciencia em pensamento
---
Deus que está no céu e vê
Tudo o que aqui acontece
Na certa nos cobrará
O proceder que enfraquece
---
Temos sempre que ajudar
O que tropeça e cai
Pois é bem fácil julgar
Quem da retidão se esvai

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Felicidade Clandestina (CL.)


"Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade". Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu nao vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte"com ela ia se repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. As vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. As vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante."

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Projeto paralelo... Dale Pitty!


O próprio nome já diz tudo. E finalmente, eis que veio a minha atenção, pelo twitter, um projeto da minha querida Pitty, juntamente com o Martin, guitarrista da banda dela. Chama-se "Agridoce". Por que será hein? :D
É lógico que a minha opinião sobre qualquer trabalho musical que envolva a Pitty nunca será levada em conta visto que sou super suspeita para falar, mas apesar disso, confirmo que o trabalho deles é super interessante. Vale a pena ouvir. Ainda que para chorar com a música tocando ao fundo.
As canções (apenas duas, até agora) têm um arranjo diferente do que estamos acostumados a ouvir a Pitty tocar. Em ambas, há apenas a presença do piano e do violão.
Logo que ouvi a canção 'Dançando' e 'Epílogos e Finais' me lembrei das trilhas sonoras de séries americanas que estou acostumada a assistir.
Esse Projeto AGRIDOCE vai deixar você com um gostinho diferente na 'boca'. Eu gostei muito! Não apenas por conta da Pitty ou porque tenho uma queda pelo Martin, mas principalmente porque as músicas são muito boas e me enche de entusiasmo vê-los inovando, tentando algo diferente.

Portanto, fica a dica! ;)

Ah, se alguém quiser ouvir é só chegar no MySpace deles: http://www.myspace.com/somagridoce

terça-feira, 6 de julho de 2010

A Arte em Ser do Contra







Para a maioria das pessoas, ser do contra é visto como uma coisa ruim. A pessoa que não "vai com as outras" é vista como polêmica (alguém que gosta de causar). Não concordo com essa afirmação. Eu sou do contra!
A Arte DO SER do Contra não é assim. A pessoa que se enquadra nessa frase não é, necessariamente, aquela que se posiciona CONTRA a sociedade e/ou suas normas. Para mim, ser DO CONTRA é ser VOCÊ MESMO! Ainda que não se encaixe na opinião dominante, você é você, sem se importar.

Achei na internet uma explicação super legal sobre O SER do Contra. O texto dizia: "Ninguém gosta de soja, jiló, segunda-feira e você adora. Todo mundo se acaba em show de música e você cochila. ToDo MUndU EsCrEvE Axim e ErRaDu, porque eH mudernU, bunitinhU e você insiste em escrever o seu idioma corretamente."


Basicamente, é assim que o Ser do Contra se comporta. Ele vive num mundo onde se enquadrar sem se encaixar não funciona. O Ser do Contra tem personalidade. Ele "aceita os meios pra alcançar o fim". E qual o problema em ser diferente?

Se você gosta de preto quando todo mundo gosta de rosa, beleza! É o seu gosto! Por que tem que mudar? Se você é carioca e odeia sol, uhuull! Não é só porque nasceu no Rio que tem que gostar de sol, praia e bronze. (Mas é meio estranho não gostar rs)

Portanto, assuma seus gostos. Se você não é do contra, beleza! Você não é! Se você se enquadra, beleza também. Mas tenha personalidade! Assuma-a. Gostando do que todo mundo gosta ou não. Todos temos o direito de escolha. Ainda que alguém que a gente conheça pense ou diga que não temos ou que não tivemos.

Eu Sou do Contra. Dentro das minhas limitações e do meu mundo.




POEMINHA DO CONTRA

"Todos esses que aí estão
atravancando meu caminho,
eles passarão...
eu passarinho!"

(Mário Quintana)