terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Frustração!

(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)

Frustração é uma "Emoção" que ocorre nas situações onde algo obstrui de alcançar um objetivo pessoal. Quanto mais importante for o objetivo, maior será a frustração. É comparável à "Raiva".
As fontes da frustração podem ser internas ou externas. As fontes internas da frustração envolvem deficiências pessoais como falta de confiança ou medo de situações sociais que impedem uma pessoa de alcançar uma meta.
Causas externas da frustração envolvem condições fora da pessoa tal como uma estrada bloqueada, falta de dinheiro.
Em termos de "Psicologia", o "Comportamento passivo-agressivo" é um método de lidar com a frustração.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Tentação (Clarice Lispector)


Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto de bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço, a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher ? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos. Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão do Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnado na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo. Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro. A menina abriu os olhos pasmados. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava ? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo. Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos. Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se, com urgência, com encabulamento, surpreendidos. No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam. Mas ambos eram comprometidos. Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada. A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreendiam. Acompanhou-os com os olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina. Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

7/12/08 Um dia q jamais será esquecido


O dia de ontem entrou pra história do Vasco como o pior de tds os tempos. Estava eu tentando pensar no q escrever depois da decepção de ontem, qd hoje a tarde me deparei com essa linda foto e esse sábio comentário...
Não há nada a ser dito além disso: A torcida vascaína, os meus cumprimentos, pois souberam se portar diante de uma difícil situação.

Agora, faremos como a Fênix; renasceremos das cinzas!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Esse tal de Roque Enrow - (Rita Lee)

Ela nem vem mais pra casa, doutor
Ela odeia meus vestidos,
Minha filha é um caso sério, doutor
Ela agora está vivendo
Com esse tal de... Roque Enrow
Roque Enrow, Roque En...
Ela não fala comigo, doutor
Quando ele está por perto
É um menino tão sabido, doutor
Ele quer modificar o mundo
Esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow

Roquem é ele? Quem é ele?
Esse tal de Roque Enrow?
Uma mosca, um mistério,
Uma moda que passou
E ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou!

Ela não quer ser tratada, doutor
E não pensa no futuro
E minha filha está solteira, doutor
Ela agora está lá na sala
Com esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow, Roque En...
Eu procuro estar por dentro, doutor
Dessa nova geração
Mas minha filha não me leva à sério, doutor
Ela fica cheia de mistério
Com esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow

Roquem é ele? Quem é ele?
Esse tal de Roque Enrow?
Um planeta, um deserto,
Uma bomba que estourou
Ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou!

Ela dança o dia inteiro, doutor
E só estuda pra passar
E já fuma com essa idade, doutor
Desconfio que não há mais cura
Pra esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow, Roque Enrow
Roque En...row

obs: amei essa canção desde a primeira vez q ouvi. achei ela na net e baixei pro mp3. na vdd pq buscava canções da Pitty, daí achei ela fazendo parceria com a Rita, então... (a letra eh bem verdadeira kara!!! e eu não conhecia... ameiiii!)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

"O que fazer?"




O q fzr qd as coisas parecem não dá certo?
O q fzr qd td q se acredita cai por terra?
O q fzr qd suas certezas se tornam incertas?
O q fzr qd os sonhos se definham?
O q fzr qd tem uma pedra no meio do caminho?
O q fzr qd, no meio do caminho, tem uma pedra?
O q fzr qd o amor acaba?
O q fzr qd o sol não brilha?
O q fzr qd a esperança morre?
O q fzr qd não se sente nada?
O q fzr qd ninguém mais acredita em vc?
O q fzr qd se perde a fé?
O q fzr qd não há mais o q fzr?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Uma pessoa, não fumante. (por Tati Bernardi)


"Quando tive de ir a trabalho para Paris fiquei dividida entre uma alegria sem fim e um pânico absoluto. Feliz porque iria finalmente fazer a viagem dos meus sonhos e triste porque não era exatamente sozinha que eu planejava ir à cidade mais romântica do mundo.Pra piorar, eu tinha levado meu primeiro e único pé na bunda não fazia nem um mês. Estava mais fragilizada que a testa de um bebê recém-nascido. Será que era uma boa viajar assim, sozinha, para um lugar onde até um lixo entreaberto numa esquina de paredes descascadas parece uma boa paisagem para uma foto?
Quando cheguei no quarto do hotel dois chocolatinhos me esperavam. Ou eles pensaram que era realmente impossível uma pessoa ir sozinha a Paris ou acharam que uma pessoa desacompanhada, naquele lugar, merecia ao menos dois chocolates: um pra matar a vontade e o outro pra não se matar. Não vou dizer que a primeira noite foi fácil. Chorei um pouquinho no banho, liguei pra minha mãe, assisti uma bobeira qualquer na TV, coisas que a gente faz quando a alma está pesada demais para dormir.
O almoço do dia seguinte também não foi das coisas mais tranquilas do mundo. Olhei para o salão enorme e não avistei sequer uma mulher sem uma mão máscula para pagar a conta. Eram, em sua maioria, casais em lua-de- mel ou em segunda lua-de-mel. Pessoas comemorando o casamento ou tentando salvar o casamento. Em resumo eram pessoas que estavam ali em nome do amor. E eu estava em nome de comer o mais depressa possível porque já estava atrasada para os meus afazeres do dia.
Mesa pra um, não fumante. O garçom faz a cara mais feia do mundo para a minha frase. Será que estar sozinha era ofensivo em Paris? Ou não fumar era ofensivo em Paris? Só depois fui descobrir que não falar francês era ofensivo em Paris. E só muito depois fui descobrir que os franceses gostam de olhar feio mesmo, não importa o que você fale, é o jeito blasé deles. Devorei a comida sem olhar para o lado. Na verdade, sem olhar para a frente, para trás, para lugar nenhum. Aquele restaurante parecia ter saído de um final brega de novela. Todo mundo tinha se dado bem. Todo mundo se amava. Menos eu, menos eu. E eu? Tive de pedir dois chocolates de sobremesa.
E os primeiros dias se arrastaram assim. Até que lá pelo terceiro tirei uma tarde de folga e fui conhecer o Louvre. Não tive muita paciência de ver obra por obra e comprei um daqueles guias que te levam sem erro aos principais trabalhos. Fiquei numa alegria só quando me dei conta que finalmente estava no Louvre, cansadona, sentada no chão, comendo um lanche gigante de queijo. Sei lá porque comecei a rir sozinha dá minha falta de glamour e me senti extremamente feliz. Saindo de lá parei num desses cafés que você jura que só quem é muito intelectual e especial pode entrar. Tomando a água com gás mais incrível da minha vida e o crepe mais incrível da minha vida, só lamentei a falta de uma coisa. Não, não foi de nenhum homem ao meu lado. Foi de eu não estar usando uma boina creme. O mundo estava usando uma boina creme e eu definitivamente precisava de uma.
Paguei a conta do café e comecei a minha peregrinação por lojinhas e lojonas atrás de uma boina creme. Entre boinas de dez e dez mil euros e figurinhas e figurões, tive um dos fins de tarde mais inesquecíveis da minha vida. Cheguei no hotel sem nenhuma angústia no coração e na melhor companhia de uma boina creme. Era com ela, inclusive, que eu tinha um jantar marcado para aquela noite. Tomei um banho demorado, me maquiei e saí em busca de um lugar charmoso e divertido para jantar.Tinham demorado três longos dias para eu descobrir como era incrível sair pelas ruas sem medo de nada. Nem de assalto, nem de ruas esburacadas, nem de não achar um lugar bacana sem precisar de carro e, principalmente: sem medo da solidão.Paris é sim a cidade mais romântica do mundo. Foi lá que eu me apaixonei pela minha companhia."

Lá vem o natal outra vez... Mas um ano que se vai.


Relendo uns textos postados pela Pitty no blog dela, a mais ou menos um ano atrás, decidi postar aki um cometário feito por ela, pq ele continua fazendo o msmo sentido um ano depois. E pelo q eu vejo, vai continuar fazendo sentido anos a frente. Aí vai:
"...Agora é esperar 2008...[09]. Agora é aproveitar esses dias pra organizar toda a zona. Sempre bate uma espécie de urgência quando a gente pensa que mais um ano está acabando, como se o mundo fosse acabar junto com ele. Mas não vai, claro. O mundo vai-se acabando sem que a gente se dê conta. Falando em se acabar, lá vem o Natal de novo. E com ele todo aquele papo neurótico de “compra, compra, COMPRA!”. A grande maioria das pessoas nem sabe o q se comemora de fato nessa data, ou o que seria o tal espírito natalino, nem são cristãs para que a religiosidade sirva de motivo. Vão por osmose. Acostumados desde pequenos que é dia de “dar e receber presentes”, de “reunir a família” e outros clichês culturais. Simplesmente vão, sem perguntar por quê. E já que vivemos num país cujo regime capitalista nos impele a consumir para poder sobreviver, e nessa época isso acontece mais do que nunca, seria melhor se as pessoas tivessem em mente um conceito simples, fácil de aplicar, e que pode nos ajudar muito: o consumo responsável. Todos nós podemos. É só perguntar a si mesmo antes de comprar alguma coisa: o quanto eu realmente preciso disso? É apenas um impulso, ou uma necessidade verdadeira? E em se tratando dos tais inevitáveis presentes (que pra mim deveriam ser dados por amor, em qualquer dia, e não por obrigatoriedade de uma data), pode-se minimizar o dano ao meio ambiente evitando que eles sejam embalados em inúmeros papéis, fitas, sacolas de plástico. Quanto menos embalagens, mais saudável será o seu presente..."