segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Um Encéfalo Em Comum


Há pouco tempo conheci uma pessoa que já faz parte da minha vida como se fôssemos amigas de infância. É curiosa essa sensação de se sentir velha amiga de alguém que você mal conhece. Ao mesmo tempo é uma sensação atraente. Mais curioso ainda é descobrir a quantidade de coisas em comum que se pode ter com uma quase desconhecida. Faz você pensar: quantas pessoas por aí são tão parecidas comigo? E não digo parecidas no sentido superficial da coisa. Mas parecidas num sentido mais profundo. Princípios, valores, crenças, qualidades, defeitos... E gosto musical também, porque sinceramente, não creio que seja algo que se possa chamar de superficial.
Neste mundo onde quase sempre ouvimos dizer que os opostos se atraem, passam quase que imperceptíveis os nossos iguais. E ao contrário do que talvez pareça, não é nada chato e monótono conviver com pessoas parecidas conosco. Pelo contrário, é divertidíssimo! Quem tem uma maneira de olhar parecida com a nossa costuma mais facilmente nos compreender. Você não se sente obrigado a explicar tudo o tempo todo, porque na maior parte do tempo as coisas são claramente entendidas. É tão mais simples. E às vezes o tão mais simples é muito bom também. Digo isso porque, sem perceber, nos acostumamos a gostar do tão mais complicado.
Cada encéfalo é único e especial à sua maneira. E neste meio tempo, sem sequer esperar, encontrei um que tenho apreciado muito. E espero continuar apreciando. Afinal, um encéfalo que não bate de frente com o meu não é nada fácil de encontrar.

domingo, 27 de setembro de 2015

Ela Nunca Se Deixou Acomodar (Por Srta Sullivan)


Delicada, meiga, madura... Talvez fossem essas as qualidades que a definiriam num primeiro instante. Mas a conhecendo de perto, intimamente, duvido que alguém se limitaria a isso.
Era de longe uma pessoa muito gentil. E de perto também. Verdadeira em cada gesto e palavra. Sincera, sim, mas sem perder a graciosidade. Pessoa agradável, dessas que cuidam e zelam pela família e amigos, sabe? E embora vivesse rodeada de pessoas queridas, sabia cuidar muito bem de si. Tanto que às vezes, reservava tempo para ficar sozinha, incluindo tempo para se conhecer.
Trazia no olhar uma alegria de viver. No peito trazia uma paixão pela vida e também pelos animais. Em especial por uma cadelinha muito fofinha. Queria viajar o mundo inteiro, conhecer tudo, principalmente a si mesma. O autoconhecimento nunca lhe escapara da mente. Era algo que ela sabia que precisava alcançar. Ao contrário do que pudesse parecer, ela nunca se deixou acomodar e foi em busca do seu conhecimento pessoal. Desbravar a si mesma era o seu maior desafio. Mas ela não se deixou intimidar. Correu riscos, enfrentou seus medos, fortaleceu sua fé. E foi justamente a sua fé que a conduziu nos momentos mais tenebrosos. Sua fé a ajudou a seguir seu caminho sem olhar para trás. No entanto, apesar dos desafios e das pedras no caminho, ela continuava destemida, não se entregava. E assim seguiu com a vida. Viajou. Apaixonou-se. Viveu! Porém, a vida que ela sonhava ainda não tinha sido realmente alcançada. Por isso se empenhou para viver a vida que desejava alcançar no futuro. Onde todos além dela poderiam usufruir plenamente a felicidade. Só de pensar em quão perto ela estava dessa vida que sempre almejara, só de imaginar que tudo estava tão perto de acontecer, ela fitou o horizonte, ergueu a cabeça e seguiu feliz.

domingo, 12 de abril de 2015

Coração Sem Armadura (Por Srta Sullivan)


Seu sobrenome era 'força', pois tamanha era a força que possuía dentro de si. Já a coragem lhe faltava às vezes, mas sabia disfarçar. Trazia no peito um sentimento profundo, porém pouco conhecido; o medo. Medo de amar e não ser amada. Medo de ferir os à sua volta. Medo de ser dura ao extremo. Medo de não conseguir perdoar. Medo de não ter um final feliz... Mas quem quer apenas um final feliz? Ela queria mais do que isso. Queria ser feliz por inteira, pela vida inteira!

Sabia que o medo precisava ser vencido, mas que sozinha talvez não conseguisse. Mesmo assim resolveu arriscar. Reuniu forças, criou coragem e foi à luta. Devido às circunstâncias ela começou a se entregar mais, se alargar mais. E gostou do modo como passou a se sentir. Ser mais aberta lhe custava um pouco, mas não ser lhe custava bem mais.

Sabendo os riscos que um coração sem armadura poderia correr, se sentiu insegura e se protegeu como pôde. Mesmo sem saber se tal proteção seria realmente necessária, ainda assim manteve o coração aberto. E para a sua alegria, isso lhe rendeu amizades leais. Pessoas que estariam sempre ao seu lado. No entanto, o amor continuou longe de vista, mas ela aprendeu a esperar por ele. Mesmo levando mais tempo que o necessário, com ou sem amor, ela se tornou mais segura, mais corajosa, e muito mais feliz.