terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Frustração!

(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)

Frustração é uma "Emoção" que ocorre nas situações onde algo obstrui de alcançar um objetivo pessoal. Quanto mais importante for o objetivo, maior será a frustração. É comparável à "Raiva".
As fontes da frustração podem ser internas ou externas. As fontes internas da frustração envolvem deficiências pessoais como falta de confiança ou medo de situações sociais que impedem uma pessoa de alcançar uma meta.
Causas externas da frustração envolvem condições fora da pessoa tal como uma estrada bloqueada, falta de dinheiro.
Em termos de "Psicologia", o "Comportamento passivo-agressivo" é um método de lidar com a frustração.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Tentação (Clarice Lispector)


Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto de bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço, a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher ? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos. Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão do Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnado na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo. Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro. A menina abriu os olhos pasmados. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava ? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo. Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos. Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se, com urgência, com encabulamento, surpreendidos. No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam. Mas ambos eram comprometidos. Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada. A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreendiam. Acompanhou-os com os olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina. Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

7/12/08 Um dia q jamais será esquecido


O dia de ontem entrou pra história do Vasco como o pior de tds os tempos. Estava eu tentando pensar no q escrever depois da decepção de ontem, qd hoje a tarde me deparei com essa linda foto e esse sábio comentário...
Não há nada a ser dito além disso: A torcida vascaína, os meus cumprimentos, pois souberam se portar diante de uma difícil situação.

Agora, faremos como a Fênix; renasceremos das cinzas!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Esse tal de Roque Enrow - (Rita Lee)

Ela nem vem mais pra casa, doutor
Ela odeia meus vestidos,
Minha filha é um caso sério, doutor
Ela agora está vivendo
Com esse tal de... Roque Enrow
Roque Enrow, Roque En...
Ela não fala comigo, doutor
Quando ele está por perto
É um menino tão sabido, doutor
Ele quer modificar o mundo
Esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow

Roquem é ele? Quem é ele?
Esse tal de Roque Enrow?
Uma mosca, um mistério,
Uma moda que passou
E ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou!

Ela não quer ser tratada, doutor
E não pensa no futuro
E minha filha está solteira, doutor
Ela agora está lá na sala
Com esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow, Roque En...
Eu procuro estar por dentro, doutor
Dessa nova geração
Mas minha filha não me leva à sério, doutor
Ela fica cheia de mistério
Com esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow

Roquem é ele? Quem é ele?
Esse tal de Roque Enrow?
Um planeta, um deserto,
Uma bomba que estourou
Ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou!

Ela dança o dia inteiro, doutor
E só estuda pra passar
E já fuma com essa idade, doutor
Desconfio que não há mais cura
Pra esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow, Roque Enrow
Roque En...row

obs: amei essa canção desde a primeira vez q ouvi. achei ela na net e baixei pro mp3. na vdd pq buscava canções da Pitty, daí achei ela fazendo parceria com a Rita, então... (a letra eh bem verdadeira kara!!! e eu não conhecia... ameiiii!)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

"O que fazer?"




O q fzr qd as coisas parecem não dá certo?
O q fzr qd td q se acredita cai por terra?
O q fzr qd suas certezas se tornam incertas?
O q fzr qd os sonhos se definham?
O q fzr qd tem uma pedra no meio do caminho?
O q fzr qd, no meio do caminho, tem uma pedra?
O q fzr qd o amor acaba?
O q fzr qd o sol não brilha?
O q fzr qd a esperança morre?
O q fzr qd não se sente nada?
O q fzr qd ninguém mais acredita em vc?
O q fzr qd se perde a fé?
O q fzr qd não há mais o q fzr?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Uma pessoa, não fumante. (por Tati Bernardi)


"Quando tive de ir a trabalho para Paris fiquei dividida entre uma alegria sem fim e um pânico absoluto. Feliz porque iria finalmente fazer a viagem dos meus sonhos e triste porque não era exatamente sozinha que eu planejava ir à cidade mais romântica do mundo.Pra piorar, eu tinha levado meu primeiro e único pé na bunda não fazia nem um mês. Estava mais fragilizada que a testa de um bebê recém-nascido. Será que era uma boa viajar assim, sozinha, para um lugar onde até um lixo entreaberto numa esquina de paredes descascadas parece uma boa paisagem para uma foto?
Quando cheguei no quarto do hotel dois chocolatinhos me esperavam. Ou eles pensaram que era realmente impossível uma pessoa ir sozinha a Paris ou acharam que uma pessoa desacompanhada, naquele lugar, merecia ao menos dois chocolates: um pra matar a vontade e o outro pra não se matar. Não vou dizer que a primeira noite foi fácil. Chorei um pouquinho no banho, liguei pra minha mãe, assisti uma bobeira qualquer na TV, coisas que a gente faz quando a alma está pesada demais para dormir.
O almoço do dia seguinte também não foi das coisas mais tranquilas do mundo. Olhei para o salão enorme e não avistei sequer uma mulher sem uma mão máscula para pagar a conta. Eram, em sua maioria, casais em lua-de- mel ou em segunda lua-de-mel. Pessoas comemorando o casamento ou tentando salvar o casamento. Em resumo eram pessoas que estavam ali em nome do amor. E eu estava em nome de comer o mais depressa possível porque já estava atrasada para os meus afazeres do dia.
Mesa pra um, não fumante. O garçom faz a cara mais feia do mundo para a minha frase. Será que estar sozinha era ofensivo em Paris? Ou não fumar era ofensivo em Paris? Só depois fui descobrir que não falar francês era ofensivo em Paris. E só muito depois fui descobrir que os franceses gostam de olhar feio mesmo, não importa o que você fale, é o jeito blasé deles. Devorei a comida sem olhar para o lado. Na verdade, sem olhar para a frente, para trás, para lugar nenhum. Aquele restaurante parecia ter saído de um final brega de novela. Todo mundo tinha se dado bem. Todo mundo se amava. Menos eu, menos eu. E eu? Tive de pedir dois chocolates de sobremesa.
E os primeiros dias se arrastaram assim. Até que lá pelo terceiro tirei uma tarde de folga e fui conhecer o Louvre. Não tive muita paciência de ver obra por obra e comprei um daqueles guias que te levam sem erro aos principais trabalhos. Fiquei numa alegria só quando me dei conta que finalmente estava no Louvre, cansadona, sentada no chão, comendo um lanche gigante de queijo. Sei lá porque comecei a rir sozinha dá minha falta de glamour e me senti extremamente feliz. Saindo de lá parei num desses cafés que você jura que só quem é muito intelectual e especial pode entrar. Tomando a água com gás mais incrível da minha vida e o crepe mais incrível da minha vida, só lamentei a falta de uma coisa. Não, não foi de nenhum homem ao meu lado. Foi de eu não estar usando uma boina creme. O mundo estava usando uma boina creme e eu definitivamente precisava de uma.
Paguei a conta do café e comecei a minha peregrinação por lojinhas e lojonas atrás de uma boina creme. Entre boinas de dez e dez mil euros e figurinhas e figurões, tive um dos fins de tarde mais inesquecíveis da minha vida. Cheguei no hotel sem nenhuma angústia no coração e na melhor companhia de uma boina creme. Era com ela, inclusive, que eu tinha um jantar marcado para aquela noite. Tomei um banho demorado, me maquiei e saí em busca de um lugar charmoso e divertido para jantar.Tinham demorado três longos dias para eu descobrir como era incrível sair pelas ruas sem medo de nada. Nem de assalto, nem de ruas esburacadas, nem de não achar um lugar bacana sem precisar de carro e, principalmente: sem medo da solidão.Paris é sim a cidade mais romântica do mundo. Foi lá que eu me apaixonei pela minha companhia."

Lá vem o natal outra vez... Mas um ano que se vai.


Relendo uns textos postados pela Pitty no blog dela, a mais ou menos um ano atrás, decidi postar aki um cometário feito por ela, pq ele continua fazendo o msmo sentido um ano depois. E pelo q eu vejo, vai continuar fazendo sentido anos a frente. Aí vai:
"...Agora é esperar 2008...[09]. Agora é aproveitar esses dias pra organizar toda a zona. Sempre bate uma espécie de urgência quando a gente pensa que mais um ano está acabando, como se o mundo fosse acabar junto com ele. Mas não vai, claro. O mundo vai-se acabando sem que a gente se dê conta. Falando em se acabar, lá vem o Natal de novo. E com ele todo aquele papo neurótico de “compra, compra, COMPRA!”. A grande maioria das pessoas nem sabe o q se comemora de fato nessa data, ou o que seria o tal espírito natalino, nem são cristãs para que a religiosidade sirva de motivo. Vão por osmose. Acostumados desde pequenos que é dia de “dar e receber presentes”, de “reunir a família” e outros clichês culturais. Simplesmente vão, sem perguntar por quê. E já que vivemos num país cujo regime capitalista nos impele a consumir para poder sobreviver, e nessa época isso acontece mais do que nunca, seria melhor se as pessoas tivessem em mente um conceito simples, fácil de aplicar, e que pode nos ajudar muito: o consumo responsável. Todos nós podemos. É só perguntar a si mesmo antes de comprar alguma coisa: o quanto eu realmente preciso disso? É apenas um impulso, ou uma necessidade verdadeira? E em se tratando dos tais inevitáveis presentes (que pra mim deveriam ser dados por amor, em qualquer dia, e não por obrigatoriedade de uma data), pode-se minimizar o dano ao meio ambiente evitando que eles sejam embalados em inúmeros papéis, fitas, sacolas de plástico. Quanto menos embalagens, mais saudável será o seu presente..."

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

GRANDE menina, pequena MULHER

NUNKA antes foi tão "sinistro" conviver com duas personalidades tão distintas dentro de mim.
Há quem diga que sou como sou por saber "educar" os meus EUs interior. Mas parece que de um tempo pra cá elas estão cada vez mais diferentes e seguras de si.
Que doideira o que estou falando, não?! Mas se até a minha própria mãe resolveu defender essa tese, (que por sinal, muita gente alimenta) de que sofro de uma dupla personalidade, por que não dar corta a essa teoria e assistir de camarote até onde ela vai?
Pois então, como eu dizia, as minhas garotinhas interior resolveram sobressair uma a outra e isso tem me causado alguns contratempos. Não que eu não me divirta com a reação das pessoas quando se deparam com a Fabby pensando ser a Fabiane ou quando, cheias de carinho, abraçam e beijam a Fabiane esperando a retribuição da Fabby.
Para início de conversa, eu resolvi perguntar a uma amiga (que também defente a tese da minha dupla personalidade) qual seria a diferença entre as duas, se ela saberia me explicar. E ela me disse com todas as letras:
"A Fabby é a criançona, a companheira, a roqueira, a doce, a bem-humorada, a emotiva... A Fabiane é a adulta, a séria, a responsável, a conselheira, a religiosa, a racional..."
Depois disso ela concluiu: "Se eu tivesse que escolher UMA, entre as duas, não conseguiria. Não vejo como uma possa existir sem a outra." (Já são super chatas as duas juntas, separas então né... nem se fala! kkkkk)
Se eu realmente sofro de uma dupla personalidade, essa guria foi a que mais chegou perto da realidade. Mas se não sofro, essa galera está totalmente louca e não sabem do que estão falando!!!
E você, conseguiria escolher se acaso pudesse me separar de mim mesma?

Escolhas



Nunca foi o meu forte fazer escolhas. Está pra nascer alguém que seja tão insegura e indecisa quanto eu. E o que muito me surpreende é que bem poucas pessoas percebem isso (agora, não mais! rs). Mas a culpa não é minha! (Eu prefiro acreditar q não! kkk)
Tudo começou há quase 20 anos atrás quando eu sempre tinha ao meu dispor pessoas que decidiam tudo pra mim. Me davam de comer, me vestiam, me levavam à escola, me colocavam pra dormir...
Está bem, mas você talvez se pergunte: todo mundo não passa por isso? Não é assim que tem que ser? É, provável sim. Mas o que eu quero trazer a sua atenção é que isso não parou por aí, na infância. Na minha adolescência eu também tive pessoas que faziam as minhas escolhas.
Geralmente, quando se entra na adolescência os jovens acham que são donos dos próprios narizes e que já sacam tudo da vida e podem agir como bem entendem. A partir daí eles começam a se deparar com suas primeiras decepções, seus primeiros erros. Muitas vezes por não acatar o que papai e mamãe disseram lá atrás. Esses erros são frutos de quê? Sem dúvida, de suas ESCOLHAS. Escolhas corretas resultam em contentamento, alegria, madureza. Escolhas erradas resultam em decepções, frustrações, e às vezes, em traumas. Mas há quem aprenda com seus erros para mais adiante não repeti-los e há quem faça deles leais companheiros para o resto da vida.
Novamente, você talvez se pergunte: mas não é assim que se amadurece, fazendo escolhas? Muitas vezes até mesmo quebrando a cara? Sim. Longe de mim negar isso. Porém, em meu caso, especificamente, a madureza chegou de outro modo. Pois em toda minha adolescência eu não tive q fazer escolhas difíceis. Coisas triviais sim, mas escolhas importantes, quase nunca. Sempre me foi dito o que fazer, como fazer e quando fazer. Não precisei quebrar a cara para ver que aquele não era o caminho. Não precisei me magoar ou magoar alguém para entender que algo não era bom pra mim. Não precisei tomar veneno para saber que mata. E com isso eu acabei me tornando uma grande observadora e pude aprender dos erros alheios. No entanto, infelizmente continuo num dilema sem fim. Não raro, nunca consigo me decidir entre doce ou salgado, hamburguer ou pizza, pudim ou mousse, sorvete ou milk shake.
Será que ainda há esperança para o meu caso? Quem sabe daqui há um tempo eu não consiga decidir por conta própria.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O Ato Gratuito - Clarice Lispector


Muitas vezes, o que me salvou foi improvisar um ato gratuito. Ato gratuito, se tem causas, são desconhecidas. E se tem conseqüências, são imprevisíveis.O ato gratuito é o oposto da luta pela vida e na vida. Ele é o oposto da nossa corrida pelo dinheiro, pelo trabalho, pelo amor, pelos prazeres, pelos táxis e ônibus, pela nossa vida diária enfim - que esta é toda paga, isto é, tem o seu preço.
Uma tarde dessas, de céu puramente azul e pequenas nuvens branquíssimas, estava eu escrevendo à máquina - quando alguma coisa em mim aconteceu.Era o profundo cansaço da luta.E percebi que estava sedenta. Uma sede de liberdade me acordara. Eu estava simplesmente exausta de morar num apartamento. Estava exausta de tirar ideias de mim mesma. Estava exausta do barulho da máquina de escrever. Então a sede estranha e profunda me apareceu. Eu precisava - precisava com urgência - de um ato de liberdade: do ato que é por si só. Um ato que manifestasse fora de mim o que eu secretamente era. E necessitava de um ato pelo qual eu não precisava pagar. Não digo pagar com dinheiro mas sim, de um modo mais amplo, pagar o alto preço que custa viver.Então minha própria sede guiou-me. Eram 2 horas da tarde de verão. Interrompi meu trabalho, mudei rapidamente de roupa, desci, tomei um táxi que passava e disse ao chofer: vamos ao Jardim Botânico. "Que rua?", perguntou ele. "O senhor não está entendendo", expliquei-lhe, "não quero ir ao bairro e sim ao Jardim do bairro." Não sei por que olhou-me um instante com atenção.
Deixei abertas as vidraças do carro, que corria muito, e eu já começara minha liberdade deixando que um vento fortíssimo me desalinhasse os cabelos e me batesse no rosto grato de olhos entrefechados de felicidade. Eu ia ao Jardim Botânico para quê? Só para olhar. Só para ver. Só para sentir. Só para viver.Saltei do táxi e atravessei os largos portões. A sombra logo me acolheu. Fiquei parada. Lá a vida verde era larga. Eu não via ali nenhuma avareza: tudo se dava por inteiro ao vento, no ar, à vida, tudo se erguia em direção ao céu. E mais: dava também o seu mistério. O mistério me rodeava. Olhei arbustos frágeis recém-plantados. Olhei uma árvores de tronco nodoso e escuro, tão largo que me seria impossível abraçá-lo. Por dentro dessa madeira de rocha, através de raízes pesadas e duras como garras - como é que corria a seiva, essa coisa quase intangível que é a vida? Havia seiva em tudo como há sangue em nosso corpo.De propósito não vou descrever o que vi: cada pessoa tem que descobrir sozinha. Apenas lembrarei que havia sombras oscilantes, secretas. De passagem falarei de leve na liberdade dos pássaros. E na minha liberdade. Mas é só. O resto era o verde úmido subindo em mim pelas minhas raízes incógnitas. Eu andava, andava. Às vezes parava. Já me afastara muito do portão de entrada, não o via mais, pois entrara em tantas alamedas. Eu sentia um medo bom - como um estremecimento apenas perceptível de alma - um medo bom de talvez estar perdida e nunca mais, porém nunca mais! achar a porta de saída.Havia naquela alameda um chafariz de onde a água corria sem parar. Era uma cara de pedra e de sua boca jorrava a água. Bebi. Molhei-me toda. Sem me incomodar: esse exagero estava de acordo com a abundância do Jardim. O chão estava às vezes coberto de bolinhas de arueira, daquelas que caem em abundância nas calçadas da nossa infância e que pisamos, não sei por que, com enorme prazer. Repeti então o esmagamento das bolinhas e de novo senti o misterioso gosto bom. Estava com um cansaço benfazejo, era hora de voltar, o sol já estava mais fraco. Voltarei num dia de chuva - só para ver o gotejante jardim submerso.

Nota da autora: "peço licença para pedir à pessoa que tão bondosamente traduz meus textos em braile para os cegos que não traduza este. Não quero ferir os olhos que não vêem."
(Retirado do livro Aprendendo a Viver)

Eu Aprendi...


EU APRENDI que a melhor sala de aula do mundo está aos pés de uma pessoa mais velha;
EU APRENDI que ser gentil é mais importante do que estar certo;
EU APRENDI que eu sempre posso fazer uma prece por alguém quando não tenho a força para ajudá-lo de alguma outra forma;
EU APRENDI que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto;
EU APRENDI que algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão para segurar e um coração para nos entender;
EU APRENDI que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos;
EU APRENDI que dinheiro não compra "classe";
EU APRENDI que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular;
EU APRENDI que debaixo da "casca grossa" existe uma pessoa que deseja ser apreciada, compreendida e amada;
EU APRENDI que Deus não fez tudo num só dia; o que me faz pensar que eu possa ?
EU APRENDI que ignorar os fatos não os altera;
EU APRENDI que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;
EU APRENDI que cada pessoa que a gente conhece deve ser saudada com um sorriso;
EU APRENDI que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;
EU APRENDI que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;
EU APRENDI que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.
EU APRENDI que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;
EU APRENDI que devemos sempre ter palavras doces e gentis pois amanhã talvez tenhamos que engoli-las;
EU APRENDI que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência;
EU APRENDI que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;
EU APRENDI que quanto menos tempo tenho, mas coisas consigo fazer.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Welcome to the jungle

Fala ae galera, blz?

Como sou uma pessoa q mt gosta de escrever, várias vezes fui questionada por não ter um blog. Então, aki estou! Cansei de me explicar. E finalmente me lancei às feras!

Aki serão encontrados textos de todos os tipos, gostos e desgostos tbm... Mas pessoalmente, os meus textos favoritos e as minhas conclusões distorcidas.

O q posso dzr: Entrem e divirtam-se! Bem-vindos à selva!!


ps: (Antes de se chamar "In my Place", este blog chamava-se "Welcome to the jungle". Mas achei apropriado mudar porque o atual nome tem mais a ver comigo.)

Veja além do que seus olhos podem enxergar

(Princesa Faísca)
Para mts pessoas Summer Roberts é uma jovem mimada, patricinha, fútil e insignificante, que perde td o seu tempo escolhendo uma roupa no shopping ou depilando as pernas. E a minha missão aki é mostrar para vc, caro leitor, que ela não é exatamente o que aparenta ser.
Nascida e criada numa cidade litorânea (Orange County - Califórnia), Summer Roberts esconde uma identidade que bem poucos conhecem; "Princesa Faísca". Não nego que suas principais preocupações são: seu bronzeado, suas pernas depiladas, seu irônico namorado Seth, e seu lindo e fôfo coelhinho. Mas pare e analise: qts vzs vc já não se atrasou por passar horas no espelho se maqueando? Ou por estar numa dúvida cruel entre que sandália ou que bolça usar com akele vestidinho que acabou de comprar? Ou por fikar de kara pra tv assistindo ao seu programa favorito? Ou então, por simplesmente ter preguiça de levantar depois de ter dormido mal a noite toda?
Todas nós temos um pouco de Summer Roberts. Não deixe que seu belo rostinho e sua pose de menininha indefesa engane vc. Por trás daquela personalidade insegura e um tanto difícil, Summer Roberts abriga um belissímo coração. Coração este que é capaz de amar, perdoar, entender e respeitar,... msm qd td indica o contrário. Por isso, aki faço minha defesa a essa jovem guria, que apesar de ser uma frágil donzela indefesa por fora, é uma grande guerreira por dentro! E olha que ela é APENAS uma personagem de tv!!!

F E L I C I D A D E!


Era uma vez uma senhora que desde menina tinha uma vontade enorme de possuir um desses copos antigos, todos trabalhados a ouro e salpicados de florinhas multicores que trazem desenhada em letras finas a palavra "Felicidade". Outrora era muito comum, depois passaram de moda, deixaram de ser fabricados e foram-se tornando cada vez mais raros e preciosos, tão difíceis de obter quanto a própria felicidade.A senhora de minha história procurou durante anos um copo assim. Não encontrava, mas não desistia, continuava procurando, às vezes esquecia, mas logo lembrava e recomeçava a busca. Mas, quando entrava nas lojas ou antiquários e perguntava: "Os senhores por acaso terão um copo com "Felicidade" escrito em dourado?", os vendedores ou não sabiam do que se tratava, ou respondiam com indiferença caçoista: "Minha senhora, copos desse tipo, não se usam mais!"
Um dia indo à Casa Rola comprar não sei o quê, descobriu junto a uma porção de outros cristais, um copo como o que sempre sonhara... Um copo de cristal com flores verdes e rosadas, desenhos finíssimos e a palavra "Felicidade" em letras de ouro. Ficou radiante e surpresa: o seu copo! Logo ali, na Casa Rola, naquela desordem, naquele belchior escuro, entre uma disparatada de coisas, jamais pudera pensar!
Quem diria "Lá estava o copo! Felicidade"... Encontrou o copo mas não pode levá-lo. Era uma preciosidade, uma raridade, caríssimo, inteiramente fora de suas posses. Saiu com o coração triste e as mãos vazias, sem o copo com a inscrição "Felicidade", que finalmente achara, mas não seria seu, pois o preço era demasiadamente alto.
Nunca teve coragem de voltar, parou de procurar e parou de pensar no copo, mas acontece que tempos depois pegou fogo na Casa Rola, e passando acidentalmente na Rua Senador Dantas, a tal senhora viu uma vitrina com "salvos do incêndio"... Objetos variados, vasos, estatuetas, xícaras, talheres, abajures, vestidos, etc., tudo sujo, empoeirado, coberto de cinza e ainda com o cheiro acre do fogo, e, bem no fundo, meio escondido, o copo... Um copo de cristal antigo, florido de verde e rosa, com uma simples palavra pintada em ouro: "Felicidade"!
Daquela vez saiu da Casa Rola com o copo! Salvo do incêndio, mera coisa sem valor entre centenas de outras, pusera-se a seu alcance e afinal era seu. Parecia milagre! Felicidade... Mas, chegando em casa verificou que o copo estava rachado, uma racha fininha, feia e implacável, que cortava ao meio a palavra risonha, a inscrição dourada: "Felicidade"...
A senhora guardou o copo assim mesmo, conserva-o com carinho e teme que possa quebrar-se de vez. Mas sempre que perto dela se fala em felicidade, se existe ou não, se é questão de sorte ou luta, recompensa ou acaso, se dura ou é efêmera, e se qualquer um pode obte-la, a senhora de minha história não diz nada, e suspira pensando no copo.
[Maluh de Ouro Preto]