domingo, 30 de dezembro de 2012

Sim, eu me importo!


Você tem noção de quantas pessoas realmente dão atenção aos problemas alheios? Ao que parece são bem poucas. A maioria não está "nem aí" quando se trata do nariz dos outros. Grande parte só se preocupa com as próprias dificuldades. Ninguém tem mais tempo ou paciência para ajudar ou simplesmente ouvir outra pessoa. Ou melhor, quase ninguém. Digo isso porque tenho observado e tenho notado como muitos reagem quando o assunto não envolve suas próprias vidas. Não que o interesse pela vida alheia tenha diminuido. Não, longe disso. As pessoas continuam fofoqueiras e tagarelas. Mas falar da vida dos outros não é o mesmo que ouvir com atenção/interesse e fazer algo que possa de alguma forma acrescentar a vida de tal pessoa.
Se olhar bem não é difícil fazer isso. Principalmente quando se trata de alguém que se gosta. Talvez seja por isso que "amar o próximo" tenha sido colocado como o segundo mandamento na Bíblia, lá em cima quase no topo da lista. Para que fosse percebida a importância e a necessidade de não nos importarmos somente com as nossas próprias vidas.
Eu não estaria aqui, escrevendo a respeito, se realmente não acreditasse no quanto isso é necessário. E longe de mim estar sendo hipócrita! Jamais perderia meu tempo escrevendo sobre algo que não estou aplicando.
Sinceramente? Sim, eu me importo!

sábado, 13 de outubro de 2012

Doce Primavera... (Por Srta Sullivan)

Dia nublado. Chuva fina pela manhã. Vento gelado. Sol à tarde entre nuvens. Noite agradável... Isso é respirar a doce primavera. Poucas pessoas negariam que esta é sua estação favorita. Não precisa ser um romântico declarado para apreciá-la. Não precisa ser um expert em flores para admirá-la. A primavera é encantadora por si só. De uma beleza inspiradora e alegre. Te faz querer assoviar, andar saltitando pela rua, cumprimentar desconhecidos pelas calçadas da vida... Te faz querer se apaixonar. Ou dividir um momento especial com alguém.
A primavera é mesmo apaixonante. Traz consigo um gostinho doce de vida no campo. Exibe um curioso olhar de criança, prestes a descobrir um novo amanhecer. Oferece-nos uma liberdade delicada de borboleta. Nos inebria com sua exuberante beleza.
Que cada amanhecer nos traga novas possibilidades para que possamos aproveitar esta doce estação.

domingo, 5 de agosto de 2012

A Arte de Ser Feliz (Cecília Meireles)



Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser
feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma
época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas
todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com
a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie
de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as
plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e
meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o
jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças
que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e
fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como
refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de
Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo
está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto
completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades
certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não
existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e
outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

sábado, 21 de julho de 2012

E ela nunca mais foi a mesma

Odiava ser frágil. Mas, mais que isso, odiava parecer frágil. Tentava esconder ao máximo o quanto era sensível e como as coisas lhe atingiam com facilidade. Decidiu criar uma barreia que a afastasse dos sentimentos. Tornou-se fria. Insensível. Não se comovia mais. Não se doía mais. Experimentou pela primeira vez a sensação de não se importar. Tornou-se uma pessoa distante. Ninguém a procurava. Nunca era convidada para nada. Aos poucos os seus foram esquecendo-se dela. Aos poucos ela fora esquecendo-se deles.
Num determinado tempo, viu-se sozinha. Sentia falta de algo, mas não sabia do quê. Quis chorar, mas não sabia como. Antes era só sentir-se feliz ou triste que as lágrimas simplesmente corriam. Agora, nem com toda força do mundo, elas molhavam o seu rosto. O seu mar interior havia secado. Finalmente entendeu que tudo mudara e passou a odiar a mudança. Embora não sofresse mais, também não era feliz. Não conseguia ser. Perdeu-se de tudo e de todos. E ela nunca mais foi a mesma.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

"Tem gente que é ostra"


"As ostras têm um corpo mole, protegido dentro de uma concha altamente calcificada, fechada por fortes músculos adutores. (...) A ostra tem uma forma curiosa de se defender. Quando um parasita invade seu corpo, ela libera uma substância chamada madrepérola, que se cristaliza sobre o invasor impedindo-o de se reproduzir. Depois de cerca de três anos esse material vira uma pérola." - (Wikipédia)

Na vida, ao longo da nossa caminhada encontramos pessoas que se encaixam nesse perfil. Já se perguntou por quê elas são desse jeito? Se você conhece ou conheceu alguém assim, provavelmente já. Então vamos tentar uma explicação simples. Eu tenho uma teoria.

As ostras têm um corpo mole - comparando-as a um ser humano poderíamos dizer que são extremamente sensíveis, frágeis, delicadas...

Protegido dentro de uma concha altamente calcificada, fechada por fortes músculos adutores - pessoas sensíveis tendem a ser fechadas. É como se constantemente usassem uma armadura impenetrável que as protegesse de tudo e de todos.

Quando um parasita invade seu corpo, ela libera uma substância chamada madrepérola, que se cristaliza sobre o invasor impedindo-o de se reproduzir - quando uma pessoa-ostra é atingida (ferida ou magoada) por alguém, ela busca meios de se defender. Algumas imobilizam o "invasor", afastando-o de sua vida, de seu convívio para que não as magoe novamente. Já outras imobilizam os sentimentos, tentando impedir que a dor causada jamais seja sentida.

Depois de cerca de três anos esse material vira uma pérola - Digamos que a tal pérola seja as cicatrizes ou as lembranças não gratas de tais pessoas.

Tudo isso faz algum sentido pra você? Bem, talvez faça para elas.


domingo, 13 de maio de 2012

Empatia (Por Srta Sullivan)



Era alegre e de uma beleza rústica. Gostava de acordar cedo e ouvir os pássaros cantar. Assoviava ao som de sua canção favorita e tinha por hábito ouvir música clássica. Não se ofendia com nada. Nada a magoava. Tudo era sempre uma surpresa interessante. Era simplesmente feliz, porque nunca tivera ao seu alcance a infelicidade. Até que um dia... Bem, até que um dia alguma coisa mudou.

Estava sentada no segundo degrau da escada que dava para o fundo do quintal. Eram quatro horas da tarde quando se apercebeu de que seu jardim estava encolhido. Suas plantas não exibiam mais a alegria e o sorriso de sempre. Pareciam pedir socorro, como se não pudessem respirar. Então, lá se foi ela em socorro das plantinhas agonizantes.

Tentou primeiramente o óbvio - regá-las – mas pareceu não adiantar. Depois cantou para elas. O que também não adiantou. Conversou com elas, perguntando insistentemente o que sentiam, e nada. Por último, já quase sem esperanças, sentou-se ao lado delas e chorou. Mas chorou como nunca antes. Chorou tão profundamente como nem ela sabia que era capaz. Era de um pranto tão aflito e intenso que suas lágrimas regavam praticamente todas as flores do jardim.

Alguns minutos depois percebeu suas plantinhas diferentes. Mais vivas. Como se suas lágrimas as tivessem curado ou fortalecido. Foi então que descobriu um sentimento novo – a empatia. Sofrera tanto pelas plantas como se a dor delas fosse a sua própria. E ao sofrer entregou-lhes sua vitalidade.
De tempos em tempos ia ao jardim cuidar de suas queridas amiginhas. Em troca, elas lhe presenteavam com sua beleza e aroma. Além de alegrar ricamente o seu dia. E assim, ela foi novamente feliz.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

"Clareza"



Já tentou reconhecer o seu rosto no espelho? Já tentou se convencer de que estava acordado quando se pegou em uma situação que o fez pensar que estava sonhando? Já achou que as coisas eram mais fáceis do que pareciam ser? Já se enganou sobre alguém? Acredito que tenha dito SIM para, pelo menos, uma dessas perguntas. Mas você não é o único. Eu mesma, por exemplo, diria SIM a todas elas.  Já não me reconheci, já pensei estar sonhando, já concluí que as coisas eram mais fáceis, mais simples do que na verdade eram... E já me enganei sobre alguém... Na verdade, sobre algumas pessoas. Sabe, às vezes não se consegue enxergar com clareza. Conclui-se, erroneamente, que por "conhecimento de causa", "experiências anteriores" e afins, saber ver/reconhecer uma situação antes que ela se torne complicada/difícil. A gente cria involuntariamente o hábito de "achar" que sabe das coisas. Que sabe lidar com tudo, que está preparado para tudo, quando na real não está. Ninguém está.Se alguma vez você tentou reconhecer o seu próprio rosto no espelho é porque, com certeza, estava em dúvida sobre si mesmo... Quem era, o que queria da vida... Basicamente uma "crise de identidade". Se tentou se convencer de que estava acordado é porque algo tão improvável/impossível lhe aconteceu que nem você acreditou que estava presenciando isso. Se achou que as coisas eram mais fáceis do que pareciam ser é porque deu pouca ou nenhuma importância a elas. Não sentou e refletiu sobre... Não analisou. Simplesmente foi lá, de cara, e falhou. Lembre-se: quanto mais fácil algo aparenta, mais complicado é de verdade. Agora, se já se enganou sobre alguém eu não te culparia por isso. Te culparia, sim, se por mais de uma vez você se enganou sobre uma mesma pessoa. Aí você tem todo o crédito de culpa. No geral, ninguém pode saber o que se passa na mente do outro. Por mais que se conheça alguém, essa pessoa sempre está sujeita a te surpreender ou decepcionar.A dica é a seguinte: não espere demais dos outros, porque de fato, nunca verá as outras pessoas com CLAREZA. Espere de menos ou na medida. Assim você corre o "risco" de ser mais surpreendido do que decepcionado.

sábado, 28 de abril de 2012

I'm come back! ;)

Olá queridos blogueiros! Quanto tempo, não? Pois é. Para mim parece que faz séculos que não apareço por aqui. Saudade eu senti SUPER! Mas, por motivos desconhecidos, meu blog andou "de mal" comigo. Hoje voltamos "as pazes".

Senti falta de escrever, de pensar em público... É realmente sufocante não fazer isso. É como se te impedissem de falar ou se expressar de alguma forma.

Bem, voltei por pura necessidade. Os dias continuam corridos, e a disponibilidade ainda é pouca. Mas acredito que aparecerei com mais regularidade daqui para frente. Até porque, para quem "escreve" e tem blog é extremamente necessário que seja assim.
Estou imensamente feliz por voltar. Afinal, o bom filho a casa torna.

PS: duas coisas precisam ser comentadas... Estava olhando as estatísticas do blog e notei que os textos de minha autoria receberam mais comentários e visualizações do que os textos citados. Achei incrível! *o*

segunda-feira, 19 de março de 2012

Perder-se também é caminho (C.L)

"Deixou enfim de acreditar nas mentiras contadas por ela mesma e tomou, num só gole para dentro de si, a teoria do eterno retorno. Concluiu e aceitou, enfim, que não ama ninguém, assim como ninguém a ama, mas que é necessário. A espera que é a esperança se transformou numa vontade de desconstrução, cujo conceito é surpreendentemente diferente de destruição. Enquanto os outros falavam em destruir ela pensava em desconstruir, e quando lhe diziam que estava desanimada, não se importava em explicar - mais uma vez para si mesma em silêncio - que estava conformada. Enfiou cada palavra que seria dita para dentro e gritou! Gritou tão alto e com tanta força dentro de si que fez do silêncio a sua casa e dessa casa um turbilhão. Encontrou na dor um aconchego e nesse aconchego a solidão. A partir de então ela poderia fazer o que quisesse da sua vida, mas havia um problema, ela não sabia o que queria. Foi então que temeu seguir perdida por toda a eternidade."

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano Novo, Vida Nova. Será?


Mais um ano que se inicia e mais promessas são soltas no ar.
O ano pode até ser novo, mas a vida é a mesma. Você não apaga o que viveu e escreve tudo de novo. Isso não existe. Porque grande parte do que somos hoje basea-se no que fomos ontem. Mas você pode, sim, fechar um ciclo da sua vida e começar outro.
Alguns traduzem isso como "virar a página", "encerrar o capítulo", "recomeçar". Então o certo seria dizer; ano novo, vida renovada!
Experimente assim. Renove-se não apenas este ano, mas todos os dias de sua vida. Tente o novo constantemente. Quem sabe assim não encontre o seu caminho e se encontre em si mesmo.
Chico Buarque escreveu: "As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem."
Sendo assim, caro leitor, fica a dica.