terça-feira, 27 de abril de 2010

Alice! Simplesmente incrível!



Estrelado por Jhonny Deep, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter e apresentando Mia Wasikowska como a protagonista Alice.

Simplesmente incrível!
Vale muito a pena assistir. Principalmente em 3d.
Johnny Depp está impecável como sempre! (Continuo querendo ele de presente...) E Anne Hathaway também está fabulosa!

Fica a dica!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O gato sou eu [crônica] (Fernando Sabino)



Aí então, eu sonhei que tinha acordado. Mas continuei dormindo.
- Continuou dormindo.
- Continuei dormindo e sonhando. Sonhei que estava acordado na cama, e ao lado, sentado na cadeira, tinha um gato me olhando.
- Que espécie de gato?
- Não sei. Um gato. Não entendo de gatos. Acho que era um gato preto. Só sei que me olhava com aqueles olhos parados de gato.
- A que você associa essa imagem?
- Não era uma imagem: era um gato.
- Estou dizendo a imagem do seu sonho: essa criação onírica simboliza uma profunda vivência interior. É uma projeção do seu subconsciente. A que você associa ela?
- Associo a um gato.
- Eu sei: aparentemente se trata de um gato. Mas na realidade o gato, no caso, é a representação de alguém. Alguém que lhe inspira um temor reverencial. Alguém que a seu ver está buscando desvendar o seu mais íntimo segredo. Quem pode ser essa alguém, me diga? Você deitado aí nesse divã como na cama em seu sonho, eu aqui nesta poltrona, o gato na cadeira… Evidentemente esse gato sou eu.
- Essa não, doutor. A ser alguém, neste caso o gato sou eu.
- Você está enganado. E o mais curioso é que, ao mesmo tempo, está certo, certíssimo, no sentido em que tudo o que se sonha não passa de uma projeção do eu.
- Uma projeção do senhor?
- Não: uma projeção do eu. O eu, no caso, é você.
- Eu sou o senhor? Qual é, doutor? Está querendo me confundir a cabeça ainda mais? Eu sou eu, o senhor é o senhor, e estamos conversados.
- Eu sei: eu sou eu, você é você. Nem eu iria pôr em dúvida uma coisa dessas, mais do que evidente. Não é isso que eu estou dizendo. Quando falo no eu, não estou falando em mim, por favor, entenda.
- Em quem o senhor está falando?
- Estou falando na individualidade do ser, que se projeta em símbolos oníricos. Dos quais o gato do seu sonho é um perfeito exemplo. E o papel que você atribui ao gato, de fiscalizá-lo o tempo todo, sem tirar os olhos de você, é o mesmo que atribui a mim. Por isso é que eu digo que o gato sou eu.
- Absolutamente. O senhor vai me desculpar, doutor, mas o gato sou eu, e disto não abro mão.
- Vamos analisar essa sua resistência em admitir que eu seja o gato.
- Então vamos começar pela sua insistência em querer ser o gato. Afinal de contas, de quem é o sonho: meu ou seu?
- Seu. Quanto a isto, não há a menor dúvida.
- Pois então? Sendo assim, não há também a menor dúvida de que o gato sou eu, não é mesmo?
- Aí é que você se engana. O gato é você, na sua opinião. E sua opinião é suspeita, porque formulada pelo consciente. Ao passo que, no subconsciente, o gato é uma representação do que significo para você. Portanto, insisto em dizer: o gato sou eu.
- E eu insisto em dizer: não é.
- Sou.
- Não é. O senhor por favor saia do meu gato, que senão eu não volto mais aqui.
- Observe como inconscientemente você está rejeitando minha interferência na sua vida através de uma chantagem…
- Que é que há, doutor? Está me chamando de chantagista?
- É um modo de dizer. Não vai nisso nenhuma ofensa. Quero me referir à sua recusa de que eu participe de sua vida, mesmo num sonho, na forma de um gato.
- Pois se o gato sou eu! Daqui a pouco o senhor vai querer cobrar consulta até dentro do meu sonho.
- Olhe aí, não estou dizendo? Olhe a sua reação: isso é a sua maneira de me agredir. Não posso cobrar consulta dentro do seu sonho enquanto eu assumir nele a forma de um gato.
- Já disse que o gato sou eu!
- Sou eu!
- Ponha-se para fora do meu gato!
- Ponha-se para fora daqui!
- Sou eu!
- Eu!
- Eu! Eu!
- Eu! Eu! Eu!



in: fragmento retirado do livro O gato sou eu.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Todo mundo merece uma segunda chance?


Muito foi dito, muito foi polemizado, muito foi especulado sobre o recente vencedor do BBB10, Marcelo Dourado. Mais do que polêmico, Marcelo foi um grande estrategista, impecável jogador e contou um pouco com uma certa ajuda da sorte. Talvez isso o tenha feito ganhar o jogo, e é claro, o favoritismo do grande público; sua habilidade em jogar. Mas isso não foi o que mais me fez percebê-lo em ação.
Não acompanhei muito esse BBB10, mas o que vi me possibilitou enxergar qualidades em um ser humano, apesar de suas falhas e ignorância em determinados assuntos.
Então, vâmo lá? O que me chamou a atenção nesse "Ogro domesticado"?
Primeiro, logo no início do jogo fiquei muito impressionada por vê-lo chorar. Quem me conhece sabe que não resisto ao choro de um homem. Ainda mais quando este chora por ter sido rejeitado. De verdade, deu vontade de acolhê-lo, colocar no colo, abraçar, essas coisas, que de bom grado fez a Lia.
Segundo, seu espírito de vencedor. Nem de longe qualquer outra pessoa na casa do BBB tinha explícita no olhar a ânsia pela vitória. Não apenas por necessidade ou sonho a realizar, mas também para a sua própria superação. E como pequena esportista que sou bem sei que tal ânsia é NATA em um atleta, que dirá em um samurai.
Terceiro e não menos importante, foi "dito" a ele, meio como um pré-aviso: VOCÊ TERÁ UMA SEGUNDA CHANCE. NÃO A DESPERDICE!
O que faz de nós merecedores de uma segunda chance? O que nos torna capacitados para recebê-la? O que seria:
- As grandes burradas que cometemos ao longo da vida e que lutamos inutilmente para consertar?
- A necessidade de andar de cabeça erguida por tentarmos e tentarmos dar o nosso melhor sempre?
- A humildade com que lidamos com os problemas da vida mesmo quando somos esmagados por eles?
- A coragem por dar a cara para bater mesmo sabendo que a vida não será nem um pouco amigável?
- Simplesmente perder a fé?
Qualquer que seja a razão que nos faça merecer uma segunda chance não anula a razão que fez de Marcelo Dourado um merecedor.
Não estou aqui nem para fazer dele um heroi nem para torná-lo o vilão da história. Até porque não estou levando nem um centavo do 1,5 milhão que ele ganhou, e, sua vida em si (seus ideais, suas escolhas, a quantidade exorbitante de palavrões que fala, suas tatoos polêmicas, ou sua orientação sexual) não me diz respeito. Não tenho nada a ver com isso, apesar de ter, sim, uma opinião sobre, mas, nas palavras de C.B Jr: "eu estou aqui pra aprender, não pra julgar".
Percebi que, as marcas levemente cicatrizadas na sua alma faz com que lembremos de nossas próprias feridas. Sua capacidade de sempre se reerguer, como bom lutador que é, depois de cair de cara inúmeras vezes não o impediu de se jogar. Pelo contrário, fez com que seu voo fosse ainda mais plano e mais alto. As várias tentativas na decolagem permitiram a ele uma experiência que só se adquire quando se tenta, quando se tenta muito.

É por isso que eu sempre digo: SE JOGA!!!


PS: TER POSTADO ESSE TEXTO AQUI NÃO FAZ DE MIM UMA HOMOFÓBICA OU FAZ?!?!?! o.O

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pés Cansados (Sandy Leah)



Fiz mais do que posso
Vi mais do que aguento
E a areia nos meus olhos
É a mesma
Que acolheu minhas pegadas

Depois de tanto caminhar
Depois de quase desistir
E os mesmos pés cansados
Voltam pra você
Pra você.

Eu lutei contra tudo
Eu fugi do que era seguro
Descobri que é possível
Viver só
Mas num mundo sem verdade

Depois de tanto caminhar
Depois de quase desistir
E os mesmos pés cansados
Voltam pra você, pra você.

Sem medo de te pertencer
Voltam pra você.

Depois de tanto caminhar
Depois de quase desistir
E os mesmos pés cansados
Voltam pra você.

Meus pés cansados de lutar
Meus pés cansados de fugir
Os mesmos pés cansados
Voltam pra você
Pra você.



*(Orgulho dessa guria, canção linda! Ameiii)