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sexta-feira, 5 de abril de 2019

Coração de Menina (Por Srta Sullivan)


   Ela, que ao longo da vida esbanjava liberdade, sentiu-se presa quando se viu adulta. Tal prisão lhe causava receio, não porque o mundo a aprisionava, mas porque as pessoas não sabiam ser livres também. 
   A liberdade não é algo que se conquista facilmente. E pra ela não tinha sido diferente. Muitos afazeres lhe roubavam o tempo que precisava dedicar a si mesma. E em meio a tantas ocupações, ela ainda conseguia encontrar um tempinho para dedicar a uma das suas maiores paixões: a música. Seu violão era seu grande amigo. Quando ninguém podia entendê-la, ele estava ali, transformando em melodia seus sentimentos mais profundos. Assim ela se encontrava novamente com sua liberdade e se abria pra vida.
   Suas principais qualidades - simplicidade, companheirismo e lealdade - lhe pertenciam desde a infância, logo, eram as mais admiráveis. Uma pena era ela não saber que nem todas as pessoas à sua volta seriam recíprocas ao seu frágil coração. E ninguém podia negar que seu coração era tão lindo e aberto quanto um coração de menina.
   Sua natureza calma e reservada abrigava uma mulher intensa e possessiva. Queria todos para si. Mas nem todos eram dignos. Quando se deparou com essa dura realidade, sofreu intensamente. Mas nem assim fechou seu coração. Continuou acreditando na bondade do ser humano. Afinal, ele foi feito "à imagem de Deus". Isso por si só já era o suficiente para ela continuar tendo uma visão positiva da vida, mesmo que lá no fundo, bem no fundo, suas cicatrizes ainda lhe causassem um certo aperto no peito.

domingo, 12 de abril de 2015

Coração Sem Armadura (Por Srta Sullivan)


Seu sobrenome era 'força', pois tamanha era a força que possuía dentro de si. Já a coragem lhe faltava às vezes, mas sabia disfarçar. Trazia no peito um sentimento profundo, porém pouco conhecido; o medo. Medo de amar e não ser amada. Medo de ferir os à sua volta. Medo de ser dura ao extremo. Medo de não conseguir perdoar. Medo de não ter um final feliz... Mas quem quer apenas um final feliz? Ela queria mais do que isso. Queria ser feliz por inteira, pela vida inteira!

Sabia que o medo precisava ser vencido, mas que sozinha talvez não conseguisse. Mesmo assim resolveu arriscar. Reuniu forças, criou coragem e foi à luta. Devido às circunstâncias ela começou a se entregar mais, se alargar mais. E gostou do modo como passou a se sentir. Ser mais aberta lhe custava um pouco, mas não ser lhe custava bem mais.

Sabendo os riscos que um coração sem armadura poderia correr, se sentiu insegura e se protegeu como pôde. Mesmo sem saber se tal proteção seria realmente necessária, ainda assim manteve o coração aberto. E para a sua alegria, isso lhe rendeu amizades leais. Pessoas que estariam sempre ao seu lado. No entanto, o amor continuou longe de vista, mas ela aprendeu a esperar por ele. Mesmo levando mais tempo que o necessário, com ou sem amor, ela se tornou mais segura, mais corajosa, e muito mais feliz.

domingo, 1 de junho de 2014

Demora, mas você se cura


"Não existe desespero tão absurdo quanto aquele que surge nos nossos primeiros momentos de nosso primeiro grande sofrimento, quando não conhecemos ainda o que é ter sofrido e se curado, ter se desesperado e recuperado a esperança." - George Eliot

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Invista no que te enriquece (em todos os sentidos!)

 


Na boa? A questão nem é 'não dar certo ou não ser feliz'. A questão é ter tudo para dar certo e não dar. Ter tudo para ser feliz e não ser. Porque quando tem tudo para dar errado, tudo para ser infeliz, você sabe onde está se metendo e tenta com todas as forças reverter isso. Mas a partir do momento que tudo pode ser diferente, satisfatoriamente diferente, você não se previne nem se cuida quanto a isso. Você simplesmente se joga! E é aí que você peca.
Dificilmente você financia algo que tem tudo para dar certo. É contraditória esta ideia, eu sei. Mas digo financiar, no sentido de dar atenção, cuidado, dedicação extra. Porque se tem tudo para dar certo, é como se precisasse de mais nada. Nada de cuidado, atenção, dedicação extra. Tudo normal, habitual...
'Atenção extra, pra quê? Não precisa', você talvez conclua. Mas é aí que você se engana.
Talvez, apenas talvez, uma coisa que tem tudo para dar certo precisa de mais atenção do que outra que tem tudo para dar errado. E geralmente se faz o contrário. Investe-se todos os vinténs naquela que tem tudo para nos falir. Não sei porque, mas às vezes, o coração da gente cria doces ilusões que são tão doces e convincentes que levam a nossa mente a acreditar. O mais difícil de funcionar se torna mais interessante, como se fosse mais precioso por tal dificuldade. E bem sabemos que nem sempre é. E de fato, acabamos indo a falência quando nos deixamos convencer. Tem tudo para dar errado, você está vendo que boa coisa não é e investe assim mesmo. Pronto. Tiro e queda.
Existe uma crença muito difundida que tudo que é mais difícil, arriscado, improvável no fim das contas dá certo. O que ninguém divulga é que isso não é um fato. Pode acontecer? Pode. Agora se vai mesmo acontecer ninguém pode afirmar.
Sendo assim, invista no que te enrique (em todos os sentidos!) Recomeçar de novo, e de novo, e de novo, pode ser cansativo depois de um tempo. Ou não... É só uma dica! ;)

terça-feira, 21 de maio de 2013

Fizeram a gente acreditar... (Martha Medeiros)


"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo,
amor pra valer, só acontece uma vez
acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de
nós é a metade de uma laranja, e que a vida
só ganha sentido quando encontramos a
outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros,
que ninguém em nossa vida merece carregar
nas costas a responsabilidade de completar
o que nos falta: a gente cresce através da
gente mesmo. Se estivermos em boa companhia
é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar que só há uma
fórmula de ser feliz, a mesma para todos,
e os que escapam dela estão condenados
à marginalidade. Não contaram que estas
fórmulas dão errado, frustram as pessoas,
são alienantes, e que podemos tentar outras
alternativas.
Cada um vai ter que descobrir sozinho.
E aí, quando você estiver muito apaixonado
por você mesmo, vai poder ser muito feliz
e se apaixonar por alguém."

domingo, 14 de abril de 2013

Quem Morre? (Martha Medeiros)

Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar. 

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou 
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, 
Justamente as que resgatam o brilho dos 
Olhos e os corações aos tropeços. 

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz 
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto 
Para ir atrás de um sonho, 
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, 
Fugir dos conselhos sensatos...

Virando a página!

Mudar é sempre bom. Mudar hábitos, principalmente. Tudo que permanece igual se torna enfadonho, tedioso... As coisas precisam se renovar. A vida da gente precisa seguir. Ah como eu gosto dessa palavrinha: mudança. Traz um ar de renovação que muito me agrada. É como se um capítulo se encerrasse e outro começasse.
Acredito sinceramente que  para mudar alguma coisa na vida da gente requer coragem e disposição. E como não está em mim permanecer a mesma, cá estou virando a página. Tudo me leva a crer que o próximo capítulo será bem mais interessante.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

O que aconteceu com a gente?

A gente era tão amigo. Tão cúmplice. Tão próximo. O que aconteceu com a gente?
Lembro-me das conversas, das risadas, dos passeios... Das histórias, sempre longas e emocionantes. Dos abraços, então. Sempre apertados e demorados. E das lágrimas, intensamente choradas.
Lembro-me de como era forte nossa ligação. Tão segura e eterna que jamais se perderia. Que jamais se perderia... Mas que se perdeu. O que aconteceu com a gente?
Lembro-me de como nos divertíamos. O tempo passava e a gente nem sentia. Quando estávamos juntos tínhamos todo tempo do mundo. Cada momento era único. Tudo se explicava. Tudo fazia sentido. Mesmo no silêncio nossos corações se entendiam. O que aconteceu com a gente? Morremos em nós mesmos? Matamos um ao outro? Ou aprendemos a viver separados?... É possível que dentro de nós ainda estejamos vivos. Será que algum dia saberemos? Para o nosso bem, espero que sim.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Sim, eu me importo!


Você tem noção de quantas pessoas realmente dão atenção aos problemas alheios? Ao que parece são bem poucas. A maioria não está "nem aí" quando se trata do nariz dos outros. Grande parte só se preocupa com as próprias dificuldades. Ninguém tem mais tempo ou paciência para ajudar ou simplesmente ouvir outra pessoa. Ou melhor, quase ninguém. Digo isso porque tenho observado e tenho notado como muitos reagem quando o assunto não envolve suas próprias vidas. Não que o interesse pela vida alheia tenha diminuido. Não, longe disso. As pessoas continuam fofoqueiras e tagarelas. Mas falar da vida dos outros não é o mesmo que ouvir com atenção/interesse e fazer algo que possa de alguma forma acrescentar a vida de tal pessoa.
Se olhar bem não é difícil fazer isso. Principalmente quando se trata de alguém que se gosta. Talvez seja por isso que "amar o próximo" tenha sido colocado como o segundo mandamento na Bíblia, lá em cima quase no topo da lista. Para que fosse percebida a importância e a necessidade de não nos importarmos somente com as nossas próprias vidas.
Eu não estaria aqui, escrevendo a respeito, se realmente não acreditasse no quanto isso é necessário. E longe de mim estar sendo hipócrita! Jamais perderia meu tempo escrevendo sobre algo que não estou aplicando.
Sinceramente? Sim, eu me importo!

sábado, 13 de outubro de 2012

Doce Primavera... (Por Srta Sullivan)

Dia nublado. Chuva fina pela manhã. Vento gelado. Sol à tarde entre nuvens. Noite agradável... Isso é respirar a doce primavera. Poucas pessoas negariam que esta é sua estação favorita. Não precisa ser um romântico declarado para apreciá-la. Não precisa ser um expert em flores para admirá-la. A primavera é encantadora por si só. De uma beleza inspiradora e alegre. Te faz querer assoviar, andar saltitando pela rua, cumprimentar desconhecidos pelas calçadas da vida... Te faz querer se apaixonar. Ou dividir um momento especial com alguém.
A primavera é mesmo apaixonante. Traz consigo um gostinho doce de vida no campo. Exibe um curioso olhar de criança, prestes a descobrir um novo amanhecer. Oferece-nos uma liberdade delicada de borboleta. Nos inebria com sua exuberante beleza.
Que cada amanhecer nos traga novas possibilidades para que possamos aproveitar esta doce estação.

domingo, 5 de agosto de 2012

A Arte de Ser Feliz (Cecília Meireles)



Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser
feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma
época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas
todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com
a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie
de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as
plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e
meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o
jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças
que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e
fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como
refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de
Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo
está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto
completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades
certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não
existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e
outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

sábado, 21 de julho de 2012

E ela nunca mais foi a mesma

Odiava ser frágil. Mas, mais que isso, odiava parecer frágil. Tentava esconder ao máximo o quanto era sensível e como as coisas lhe atingiam com facilidade. Decidiu criar uma barreia que a afastasse dos sentimentos. Tornou-se fria. Insensível. Não se comovia mais. Não se doía mais. Experimentou pela primeira vez a sensação de não se importar. Tornou-se uma pessoa distante. Ninguém a procurava. Nunca era convidada para nada. Aos poucos os seus foram esquecendo-se dela. Aos poucos ela fora esquecendo-se deles.
Num determinado tempo, viu-se sozinha. Sentia falta de algo, mas não sabia do quê. Quis chorar, mas não sabia como. Antes era só sentir-se feliz ou triste que as lágrimas simplesmente corriam. Agora, nem com toda força do mundo, elas molhavam o seu rosto. O seu mar interior havia secado. Finalmente entendeu que tudo mudara e passou a odiar a mudança. Embora não sofresse mais, também não era feliz. Não conseguia ser. Perdeu-se de tudo e de todos. E ela nunca mais foi a mesma.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

"Tem gente que é ostra"


"As ostras têm um corpo mole, protegido dentro de uma concha altamente calcificada, fechada por fortes músculos adutores. (...) A ostra tem uma forma curiosa de se defender. Quando um parasita invade seu corpo, ela libera uma substância chamada madrepérola, que se cristaliza sobre o invasor impedindo-o de se reproduzir. Depois de cerca de três anos esse material vira uma pérola." - (Wikipédia)

Na vida, ao longo da nossa caminhada encontramos pessoas que se encaixam nesse perfil. Já se perguntou por quê elas são desse jeito? Se você conhece ou conheceu alguém assim, provavelmente já. Então vamos tentar uma explicação simples. Eu tenho uma teoria.

As ostras têm um corpo mole - comparando-as a um ser humano poderíamos dizer que são extremamente sensíveis, frágeis, delicadas...

Protegido dentro de uma concha altamente calcificada, fechada por fortes músculos adutores - pessoas sensíveis tendem a ser fechadas. É como se constantemente usassem uma armadura impenetrável que as protegesse de tudo e de todos.

Quando um parasita invade seu corpo, ela libera uma substância chamada madrepérola, que se cristaliza sobre o invasor impedindo-o de se reproduzir - quando uma pessoa-ostra é atingida (ferida ou magoada) por alguém, ela busca meios de se defender. Algumas imobilizam o "invasor", afastando-o de sua vida, de seu convívio para que não as magoe novamente. Já outras imobilizam os sentimentos, tentando impedir que a dor causada jamais seja sentida.

Depois de cerca de três anos esse material vira uma pérola - Digamos que a tal pérola seja as cicatrizes ou as lembranças não gratas de tais pessoas.

Tudo isso faz algum sentido pra você? Bem, talvez faça para elas.


domingo, 13 de maio de 2012

Empatia (Por Srta Sullivan)



Era alegre e de uma beleza rústica. Gostava de acordar cedo e ouvir os pássaros cantar. Assoviava ao som de sua canção favorita e tinha por hábito ouvir música clássica. Não se ofendia com nada. Nada a magoava. Tudo era sempre uma surpresa interessante. Era simplesmente feliz, porque nunca tivera ao seu alcance a infelicidade. Até que um dia... Bem, até que um dia alguma coisa mudou.

Estava sentada no segundo degrau da escada que dava para o fundo do quintal. Eram quatro horas da tarde quando se apercebeu de que seu jardim estava encolhido. Suas plantas não exibiam mais a alegria e o sorriso de sempre. Pareciam pedir socorro, como se não pudessem respirar. Então, lá se foi ela em socorro das plantinhas agonizantes.

Tentou primeiramente o óbvio - regá-las – mas pareceu não adiantar. Depois cantou para elas. O que também não adiantou. Conversou com elas, perguntando insistentemente o que sentiam, e nada. Por último, já quase sem esperanças, sentou-se ao lado delas e chorou. Mas chorou como nunca antes. Chorou tão profundamente como nem ela sabia que era capaz. Era de um pranto tão aflito e intenso que suas lágrimas regavam praticamente todas as flores do jardim.

Alguns minutos depois percebeu suas plantinhas diferentes. Mais vivas. Como se suas lágrimas as tivessem curado ou fortalecido. Foi então que descobriu um sentimento novo – a empatia. Sofrera tanto pelas plantas como se a dor delas fosse a sua própria. E ao sofrer entregou-lhes sua vitalidade.
De tempos em tempos ia ao jardim cuidar de suas queridas amiginhas. Em troca, elas lhe presenteavam com sua beleza e aroma. Além de alegrar ricamente o seu dia. E assim, ela foi novamente feliz.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Solidão (Por Srta Sullivan)

Eram duas da manhã quando ela acordou. Três coisas perturbavam sua mente; a insônia, o tic tac do relógio e a solidão.
Das três, o que mais lhe incomodava era a solidão, disfarçada de isolamento. Cedo na vida aprendera a ser só. Quisera ela entender que estar só não era a mesma coisa. Para não dizer que era solitária, tinha por amigo um gato, que lhe fazia companhia apenas nos dias de chuva. Nunca o via pela casa se não estivesse chovendo. Quando sentia a sua falta, ficava horas e horas tentando achá-lo, mas nunca o encontrava. Então espalhava pelo chão novelos de lã para que assim pudesse encontrá-lo quando desejasse. Mas nem assim o gato aparecia, então ela ficava a fitá-lo sempre que sentia que ia perdê-lo de vista. E mesmo assim, vez por outra se destraia e tornava a perdê-lo... Percebeu então uma semelhança com o gato; a independência.

(...)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Voltei por você! ;)

Olá querido blog. Quanto tempo, hein!


Desculpe a minha ausência. Sei que te deixei de lado, mas não por vontade própria, acredite. É que a vida anda tão corrida, tão agitada, que mal tenho tido tempo de pensar, que dirá escrever. Mas o fato de eu estar ausente não quer dizer que te esqueci. Não, muito pelo contrário. Constantemente tenho pensado em ti e em como gostaria de voltar a escrever.
Sabe, vou confessar que, tem sido difícil pra mim. Tanto tempo juntos, não é? Não estar regularmente por aqui tem me incomodado bastante. Sinto como se estivesse me desprendendo de ti. Logo eu, que me acostumei a dividir contigo os acontecimentos do dia a dia. Não é a mesma coisa, postar em redes sociais, uma frase aqui, outra ali... Só você sabe como é importante pra mim escrever detalhadamente sobre as coisas. Não só detalhar, mas ponderar sobre elas. E isso tem acontecido cada vez menos. De fato, não tem sido como eu gostaria, mas farei o possível para voltar a ser.
Uma coisa é certa, não sei quando volto, mas eu volto. Hoje por exemplo, só voltei por você! ;)

terça-feira, 31 de maio de 2011

O Defeito

Note algo curioso. É o defeito que faz a gente pensar. Se o carro não tivesse parado, você teria continuado sua viagem calmamente, ouvindo música, sem sequer pensar que automóveis têm motores. O que não é problemático não é pensado. Você nem sabe que tem fígado até o momento em que ele funciona mal. Você nem sabe que tem coração até que ele dá umas batidas diferentes. Você nem toma consciência do sapato, até que uma pedrinha entra lá dentro. Quando está escrevendo, você se esquece da ponta do lápis até que ela quebra. Você não sabe que tem olhos - o que significa que eles vão muito bem. Você toma consciência dos olhos quando eles começam a funcionar mal. Da mesma forma que você não toma consciência do ar que respira, até que ele começa a feder... Fernando Pessoa diz que "pensamento é doença dos olhos". É verdade, mas nem toda. O mais certo seria "pensamento é doença do corpo".
Todo pensamento começa com um problema. Quem não é capaz de perceber e formular problemas com clareza não pode fazer ciência. Não é curioso que nossos processos de ensino de ciência se concentrem mais na capacidade do aluno para responder? Você já viu alguma prova ou exame em que o professor pedisse que o aluno formulasse o problema? (...) Frequentemente, fracassamos no ensino da ciência porque apresentamos soluções perfeitas para problemas que nunca chegaram a ser formulados e compreendidos pelo aluno.


(Alves - Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Brasiliense, 1995.)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Fragmento... (Água Viva)

"Quem me acompanha que me acompanhe: a caminhada é longa, é sofrida mas é vivida. Porque agora te falo a sério: não estou brincando com palavras. Encarno-me nas frases voluptuosas e ininteligíveis que se enovelam para além das palavras. E um silêncio se evola sutil do entrechoque das frases.

Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra - a entrelinha - morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, poder-se-ia como alívio jogar a palavra fora. Mas aí essa analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva então é escrever distraidamente." CL.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Confiança

O quanto se pode confiar em alguém? O quanto você confia?

Só as pessoas em quem confiamos podem nos trair. E quanto maior a confiança, maior a traição. Mesmo diante desse fato, é inevitável não confiar. Todos nós precisamos de alguém em quem confiar.

Mãe, pai, amigo, cônjuge, geralmente são os mais acionados. Há quem confie em tudo mundo. E há quem desconfie até da própria sombra. Mas na real, é preciso confiar em alguém.

Ao longo de nossas vidas encontramos pessoas que se mostram dignas de confiança e pessoas que se mostram indignas. E a grande sacada da vida é saber diferenciar esses dois tipos.

Não se nasce com essa percepção. Se adquire ao longo da jornada, e mesmo assim, não totalmente.

Você pode ter toda percepção que acha possível adquirir e ainda assim se enganar com as pessoas. Esse é um outro fato triste da vida. Por mais que uma pessoa lhe pareça confiável, nunca poderá saber 100% se ela é. E o contrário também é verdade. Você pode ter todos os motivos para desconfiar, mas acabar sabendo que deveria ter confiado.

A conclusão de tudo é: ignore seus instintos por seu próprio risco. Afinal, isso só cabe a você.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Desabafe!

Guardar as coisas dentro de si não é para qualquer um. Quantas pessoas que você conhece conseguem, você sabe? Muitos vêem isso como algo positivo, admirável. E é. Mas nem tudo deve ser guardado, mantido em segredo dentro da gente. É necessário desabafar.

Tem coisas que precisam ser ditas ou divididas com alguém. Senão a gente enlouquece. Pira mesmo!

Compartilhar o que se sente ou o que se pensa nem sempre é fácil. É preciso muita confiança na pessoa que irá ouvir. E às vezes tudo o que você realmente precisa é de alguém que faça isso. Não de alguém pra discutir, aconselhar, criticar, ou até mesmo dizer: 'eu te disse'. Mas simplesmente alguém que te ouça.

Ser um bom ouvinte também não é nada fácil. Porque, geralmente, não conseguimos apenas ouvir. Queremos falar mais do que escutamos. Então, caro leitor, preze qualquer boa alma que demonstre essa consideração ao te ouvir com atenção.