segunda-feira, 23 de maio de 2011

A agonia de nunca se achar (Por Srta Sullivan)

"Estou perdida", disse ela a si mesma. "Como posso escolher o que é melhor pra mim, se nem sei o que é melhor pra mim?"
Pela frustração que sentia, achou melhor não se enganar. Assumiu os riscos e foi atrás do que queria, mesmo sem saber, de fato, o que queria.
Respirou fundo. Caminhou bastante. Pensou. E nada! Nada a agradava. Nada a convencia de que seria novamente feliz.
Queria achar o seu lugar no mundo, mas sem se prender. Na verdade, não sabia do que queria se desprender e em que queria se agarrar.
Como não chegava a conclusão alguma, pensou em desistir. Mas também não sabia fazê-lo. Nunca aprendera a desistir das coisas. Então, seguiu.
Enquanto caminhava, percebeu que também não sabia de onde vinha. Anos a fio caminhando - buscando uma jornada - a fizeram esquecer suas origens. Então, novamente parou.
Seus pensamentos a confundiam cada vez mais. Nada fazia sentido. Mas também se recusava a não entender.
Foi por pura força de vontade e pura obsessão que o entendimento veio: nunca acharia o seu lugar, porque ele nunca existira. Aonde estivesse, este seria o seu lugar no mundo. Este seria o seu lar. Pois o mundo era a sua casa.
Assim, sem a agonia de nunca se achar, resolveu seguir. E não mais parou.

Um comentário:

  1. Você me disse que CL sempre tem palavra certa na hora certa! Hoje vejo que Stra Sullivan também tem! Ótimo texto! Adorei.

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