segunda-feira, 2 de maio de 2011

Fragmento... (Água Viva)

"Quem me acompanha que me acompanhe: a caminhada é longa, é sofrida mas é vivida. Porque agora te falo a sério: não estou brincando com palavras. Encarno-me nas frases voluptuosas e ininteligíveis que se enovelam para além das palavras. E um silêncio se evola sutil do entrechoque das frases.

Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra - a entrelinha - morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, poder-se-ia como alívio jogar a palavra fora. Mas aí essa analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva então é escrever distraidamente." CL.

Um comentário: