segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Solidão (Por Srta Sullivan)

Eram duas da manhã quando ela acordou. Três coisas perturbavam sua mente; a insônia, o tic tac do relógio e a solidão.
Das três, o que mais lhe incomodava era a solidão, disfarçada de isolamento. Cedo na vida aprendera a ser só. Quisera ela entender que estar só não era a mesma coisa. Para não dizer que era solitária, tinha por amigo um gato, que lhe fazia companhia apenas nos dias de chuva. Nunca o via pela casa se não estivesse chovendo. Quando sentia a sua falta, ficava horas e horas tentando achá-lo, mas nunca o encontrava. Então espalhava pelo chão novelos de lã para que assim pudesse encontrá-lo quando desejasse. Mas nem assim o gato aparecia, então ela ficava a fitá-lo sempre que sentia que ia perdê-lo de vista. E mesmo assim, vez por outra se destraia e tornava a perdê-lo... Percebeu então uma semelhança com o gato; a independência.

(...)

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